Polícia

Policial militar é símbolo de luta e superação contra o câncer de mama

Major Cláudia Falcão foi diagnosticada em 2015 após fazer exames preventivos

Por Redação com Ascom PM/AL 23/10/2018 17h53
Policial militar é símbolo de luta e superação contra o câncer de mama
Reprodução - Foto: Assessoria
‘Outubro Rosa’ é uma campanha de conscientização sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce de câncer de mama, que ocorre todos os anos, desde o surgimento do movimento em Nova York, no ano de 1990. A campanha não visa só levar o alerta às mulheres, mas sim para toda a sociedade. Por isso, na tarde desta terça-feira (23), a Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) apresenta a história da oficial do quadro de Especialistas da corporação, major Cláudia Falcão, símbolo de superação e luta contra a doença. Há 12 anos servindo à PM/AL, a policial assistente social foi diagnosticada em 2015 após fazer exames preventivos. Cláudia diz que ficou assustada quando descobriu a doença, fato este que a fez repensar muito na vida. Ela relata que o apoio dos filhos Davi Falcão, de 25 anos, e Ana Luísa, de 23, além dos amigos e dos familiares, foram cruciais na luta e enfrentamento do que estava por vir. “Assim que descobri o diagnóstico da doença eu fiz a mastectomia e os médicos colocaram expansores, próteses provisórias, antes das definitivas, e após um mês da cirurgia me submeti às sessões de quimioterapia, de maio a outubro de 2015. Após esse período viajei até a cidade de São Paulo para iniciar o tratamento de radioterapia. Antes de fazer a cirurgia reconstrutora tive rejeição ao processo de expansão e tive que ir às pressas para o Hospital Sírio Libanês. Só em 2016 é que fiz a reconstrução das duas mamas”, explicou a oficial. Ao retornar sua rotina de vida e trabalho, a major viu tudo isso se tornar pequeno quando, em fevereiro deste ano, durante o banho, ela descobriu um nódulo bem pequenino, milimétrico, na axila. E, após punção, foi constatado a recidiva tumoral. “Foi angustiante para mim receber aquele diagnóstico, e naquela ocasião eu me perguntava: o que fazia de errado nos cuidados alimentares, psicológicos e na saúde, para que a doença tivesse voltado? Sentia calafrios só em pensar que poderia ter metástase e também ter novamente que fazer o tratamento quimioterápico, uma vez que o processo é desagradável e mexe com a nossa autoestima”, lembra a major Cláudia Falcão. Ela destaca ainda que o câncer tem cura, porém aqueles casos em que a doença está em um estágio mais avançado a probabilidade é bem menor, como foi o caso da oficial. “Eu não fico focada na questão de hoje estar curada, meu foco é viver um dia de cada vez, intensamente e sem pressa”, assegura. Após passar por terapia com um psicólogo, a major criou um cantinho em sua casa o qual batizou de “cantinho de oração”. Nesse altarzinho, diariamente, além do seu momento espiritual com Deus, ela depositava nomes de pessoas que, assim como ela, sofriam com a doença. "Na corporação, além da oficial, temos registros de outras policias que enfrentaram o câncer de mama, além da perda precoce da cabo Alessandra Alencar, que morreu em outubro de 2016, vítima da doença", afirma a assessoria da Polícia Militar de Alagoas. Campanhas de combate ao câncer Quem for ao Maceió Shopping, no bairro Mangabeiras, pode apreciar a exposição fotográfica do projeto ‘Beleza em Foco’, idealizado pela Rede Feminina de Combate ao Câncer, que traz fotos das verdadeiras “Guerreiras de Alagoas”. Dentre as personagens, é possível ver a oficial alagoana que, pela segunda vez consecutiva, abrilhanta o projeto. Além de campanhas, a major Cláudia Falcão tem promovido palestras e atividades, tanto na capital quanto no interior do estado, de conscientização para a luta contra a doença. “A solidão pode ser um sentimento que assola a paciente com câncer de mama. Mas lembre-se que você não está sozinha. Hoje tento disseminar a experiência que vivi para a luta contra o câncer de mama e tentar quebrar o estigma que existe em torno da doença. As mulheres devem fazer sempre o auto exame e, se diagnosticada, procurar fazer tudo que estiver ao seu alcance para ser recuperar e vencer”, salientou a militar. E hoje? Como é a rotina de vida da oficial? Um estudo inédito no Brasil, publicado online pela revista Nature e apresentado na manhã do último dia 19 pelo Ministério da Saúde, indica que cerca de 12% das mortes de mulheres por câncer de mama poderiam ser evitadas pela prática regular de atividade física (150 minutos por semana). É essa busca pela qualidade de vida que moveu a policial alagoana (lotada na Secretaria de Segurança Pública (SSP) compondo o Núcleo de Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho) a vencer barreiras através da prática de esportes. Ela destaca a felicidade de poder voltar a nadar, pois muitos duvidavam que ela iria conseguir. “A atividade física corresponde percentualmente, em termos de proteção ao organismo e defesa contra o câncer, ao tratamento de quimioterapia, conforme meu próprio médico me recomenda a prática, pois reduz situações inflamatórias e aumenta a imunidade. Vou retornar à natação e estou feliz por isso, pois passei a ser referência no Hospital Sírio Libanês para atletas que fizeram a técnica que eu fiz, uma vez que eu não só retirei o câncer das mamas eu sofri lesões que poderiam me deixar limitadas. Um músculo das minhas costas, o grande dorsal, foi colocado para a frente e o serrátil retirado em minha segunda cirurgia. Eu devo mesmo ser protegida por Deus, acho até que Ele dá um extra para mim”, expõe Cláudia Falcão. A PM/AL orienta a todas as integrantes do quadro feminino e masculino, pois vale ressaltar que homens também podem ter câncer de mama (é raro, mas pode acontecer), bem como às esposas dos policias militares, sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama na realização do auto exame. "A corporação estará sempre aberta no apoio à causa, bem como as mulheres que por ventura tenham ou venham ter a doença", afirma a PM/AL.