Polícia

Agropecuarista de 61 anos some de fazenda e família pede ajuda

O sumiço inexplicável de Cristovão fez a família procurar a polícia

Por Tribuna Hoje 22/08/2017 12h14
Agropecuarista de 61 anos some de fazenda e família pede ajuda
Reprodução - Foto: Assessoria

Já se vão 19 dias sem notícias do paradeiro do agropecuarista Cristovão Rodrigues, de 61 anos, visto pela última vez no dia 3 de agosto em sua fazenda no município de Murici, zona da mata de Alagoas. O sumiço inexplicável de Cristovão fez a família procurar a polícia, que vem contribuindo com as investigações.

Christiano Rodrigues, filho do agropecuarista, diz reconhecer que no estado, apesar dos inúmeros avanços propalados diariamente nas propagandas institucionais, Alagoas ainda é lugar propício ao crimes perfeitos, "estamos diante de um crime sem vestígios? Por que as investigações não avançam? O sumiço de Cristovão chega ao conhecimento da imprensa, mas quantos outros sumiços inexplicáveis ocorrem todos os meses em Alagoas?"

E completa: "Pretendemos apenas que o questionamento chegue às autoridades competentes, questionamentos que não são só da família, mas também de toda sociedade. Cristovão não sumiu em qualquer lugar do estado, mas em Murici. O que isso significa? O que deveria significar?".

A família em nota ressalta o apoio da imprensa para que este caso não se torne simplesmente um número. "Apesar de não sabermos exatamente onde Cristovão se encaixaria na contabilidade do crime alagoano". Abaixo 

 

20 dias… O que são 20 dias? Quantos “bom dia” damos, quantos sorrisos trocamos, quantos abraços oferecemos? 20 dias!! 20 dias pode não ser nada se você está curtindo as férias, começando uma dieta, se adaptando a um novo emprego, mas 20 dias é uma eternidade se seu pai, seu marido, seu irmão está desaparecido. Se há 20 dias você percorre estradas de terra, viaja quilômetros, peregrina por delegacias, em busca de uma resposta, uma palavra, uma solução.

Onde está Cristovão Rodrigues Silva, um agropecuarista de 61 anos de idade, casado, pai de dois filhos? Cristovão saiu de casa nas primeiras horas da manhã do dia 3, rumo à fazenda localizada no município de Murici. Uma fazenda que possui há cerca de 17 anos, onde cria gado, próximo à famosa cachoeira da Tiririca, um lugar bucólico, calmo e lindo.

Normalmente Cristóvão ia à fazenda às quartas e sábados, mas desta vez ele resolveu ir numa quinta-feira, por quê? Ninguém sabe. Cristovão chegou à fazenda, mas ainda pela manhã saiu e nunca mais voltou ou foi visto por alguém.

A família guardou silêncio até hoje para evitar que as investigações fossem atrapalhadas, mas o desaparecimento de Cristovão, a falta de respostas, a dúvida, as incertezas, tudo leva a família a ponderar sobre a importância de revelar a dor pela qual estão passando, na esperança de que assim o Estado de Alagoas priorize o caso, a estrutura policial e os recursos tecnológicos.

A total ausência de vestígios tem levado a crer que se trata de crime cometido por profissionais, profissionais do crime. Que estado é este que tolera a profissionalização de bandidos em detrimento do aparelhamento minimamente profissional de seus próprios agentes?

Ultimamente são os números da segurança pública que mais trazem orgulho ao Governo estadual. As novas viaturas proporcionaram o quê? A redução de mortes foi de quantos por cento? A redução dos números da criminalidade foi de quanto? Números, números, números… Onde está Cristovão na contabilidade do crime em Alagoas? Ele entra no número de homicídios? De desaparecidos? De casos não resolvidos? 20… Eis o número de Cristovão e de toda sua família. 20 dias desaparecido. Nenhuma notícia.

Se Cristóvão some em Murici, o município do governador e do senador (Renan Filho e Renan Calheiros), onde poderíamos estar seguros, então? Qual a verdade sobre a segurança alagoana? Qual a verdade sobre o desaparecimento de Cristovão? Qual a verdade, governador? Qual a verdade, secretário de segurança?