Polícia

Detidos durante operação em Canapi, casal é apresentado em coletiva na SSP

Eles são suspeitos de envolvimento em crimes de roubo a banco em Alagoas e na Bahia

22/03/2017 17h54
Detidos durante operação em Canapi, casal é apresentado em coletiva na SSP
Reprodução - Foto: Assessoria

Atualizada às 18h17

A Secretaria de Segurança Pública apresentou na tarde desta quarta-feira (22) em entrevista coletiva em sua sede no Centro de Maceió, um casal detido na terça-feira (21) em Canapi, Sertão de Alagoas, por suspeita de envolvimento em assaltos a bancos e explosões a carros fortes. Eles foram detidos em sua residência, na Zona Rural do município e, durante a operação, outro suspeito resistiu à abordagem, vindo a morrer durante atendimento no Hospital Regional de Santana do Ipanema. A Polícia Civil investiga a participação do trio em crimes no estado e também na Bahia.

O acompanhamento dos suspeitos começou há aproximadamente 10 dias quando a divisão de inteligência do 7º Batalhão de Polícia Militar recebeu através do Disque Denúncia, pelo número 181, a informação de que os indivíduos de uma organização criminosa estavam se reunindo com frequência na residência do casal Denival Correia Alves, de 52 anos, vulgo ‘Galego da Faca’, e Edvete Maria dos Santos, de 44 anos, , conhecida como ‘Vete’, no assentamento Poço da Pedra.

Ao chegar ao local, um dos suspeitos, identificado como Roberval Oliveira Santos, de 35 anos, vulgo ‘Zé’, estava armado com uma pistola 9mm. Ele resistiu à abordagem da polícia e foi atingido após revide. Ele chegou a ser socorrido ao hospital de Santana, mas não resistiu. Ele era o único dos três que já tinha passagem pela polícia, por crime de roubo a banco na Bahia.

Após uma busca os policiais militares encontraram 62 bananas de dinamite; quatro armas de fogo, sendo dois fuzis “Mosquefal” de calibres 7,62, uma espingarda calibre 12 e uma pistola Imbel 9 mm; três quilos de maconha; três rolos de pavio “fio”; duas máscaras antigás; seis pares de luvas; quatro pacotes de liga; 73 munições 7,62 mm; um carregador com 13 munições 9 mm; 61 munições calibre 5,56 mm; 14 munições calibre 12 e uma munição calibre 30; um carregador de fuzil 5,56 mm; 20 espoletas de detonação; um aparelho celular e seis pares de luvas.

Do material apreendido, apenas as bananas de dinamite não foram transportadas para Maceió. Por questão de segurança, todas as 62 bananas fora destruídas em local adequado.

(Foto: Sandro Lima)

Material apreendido

Delegado ressalta Alagoas entre estados com menor número de roubo a banco no país

O delegado da Polícia Civil titular da Seção de Roubo a Banco (Serb), Vinícius Ferrari, destacou que Alagoas é um dos três estados com o menor número recente de assaltos a banco. Foram três em 2017, média de um por mês.

“Do meio do ano passado para cá, os índices de roubo a banco caíram muito em Alagoas. Um dos menores do Brasil, o índice está entre os três menores”, pontuou o delegado.

Vinícius também falou que as investigações já mostram indícios de onde vêm os explosivos. O trio alvo desta operação seria ligado ao mesmo grupo de oito detidos no final de novembro de 2016, em ação das polícias Civil alagoana e baiana em Paulo Afonso. Outro suspeito da quadrilha, Jocélio, foi assassinado também em Paulo Afonso na terça-feira (22) por desavença. Além de roubo a banco, Jocélio era traficante. A Polícia Civil estima que o grupo teria 30 pessoas envolvidas, contando os oito detidos em novembro, o casal e os dois que morreram.

LOGÍSTICA

Denival e Edvete davam apoio logístico antes e depois dos crimes. Vinícius disse que Denival nega qualquer envolvimento. Já sua esposa relatou que apareciam na casa carros de passeio com quatro a seis pessoas. O grupo ficava hospedado no local por alguns dias e suas reuniões duravam de 30 minutos a uma hora.

O delegado também falou que logo após o roubo ao Banco do Brasil de Major Isidoro, ocorrido na madrugada de 14 de março, os suspeitos que participaram da explosão se dirigiram a casa em Canapi, onde houve a divisão do dinheiro roubado.

(Foto: Sandro Lima)

Denival chegou a alegar em depoimento que em sua casa funciona uma pequena venda e que Roberval esteve lá pela primeira vez e havia pedido para pernoitar. Edvete desmentiu e declarou que Roberval já teria visitado o local em outros momentos.

A movimentação na residência com relação às visitas começou a ser notada do final de 2016 até agora. ”Ali possivelmente era rota de fuga”, disse o delegado Vinícius Ferrari. A polícia da Bahia também tinha conhecimento da residência na rota da quadrilha.

As informações colhidas na operação vão ser utilizadas para buscar mais suspeitos da quadrilha.