Polícia

Adolescente de 13 anos confessa ter assassinado menino na Chã da Jaqueira

Motivação para o crime teria sido um xingamento feito por Samuel contra o autor da morte

Por Bruno Martins / Thayanne Magalhães 16/03/2017 10h54
Adolescente de 13 anos confessa ter assassinado menino na Chã da Jaqueira
Reprodução - Foto: Assessoria

Um adolescente de 13 anos confessou ser o autor do assassinato do pequeno Samuel Gomes dos Santos, de seis anos. A informação foi passada durante uma coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (16), na sede da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP).

De acordo com as informações da delegada Daniela Alves, o homicídio ocorreu no dia 4 de março e o corpo foi encontrado no dia 9, em avançado estado de decomposição, próximo ao Parque Municipal, na Chã da Jaqueira.

“O adolescente confessou o crime depois de criar várias histórias e ameaçar as testemunhas, as outras três crianças de 9, 12 e 14 anos que também brincavam com Samuel no dia do crime. Segundo o autor, Samuel teria feito um xingamento e, após fugirem de um enxame de abelhas, autor e vítima ficaram sozinhos na mata. Nesse momento, o adolescente estrangulou a criança e o levou para o alto de um moro”, disse a delegada durante a coletiva.

No dia seguinte, o adolescente voltou ao local onde deixou o corpo, junto do outro menor de 14 anos, para atear fogo no cadáver.

“Ele se mostrou bastante dissimulado e muito maduro para a idade. Não aparentou arrependimento e tentou manter as versões em que negava a autoria do crime”, conta.

Apesar de ter confessado o crime, o adolescente não pode ser apreendido em flagrante. A delegada explicou que será feita uma representação judicial e o menor ficará à disposição do Juizado da Infância.

“Os demais menores não têm participação no caso. Apenas testemunharam e foram ameaçados pelo autor, por isso não disseram nada para os pais”.

A mãe de Samuel demorou para informar sobre o desaparecimento do filho porque, de acordo com relatos, o menino costumava passar dias fora de casa sem dar notícias. O pai, José Cícero dos Santos, foi quem fez as buscas pelo corpo junto com um dos menores que participou da “brincadeira” no dia do crime e encontrou o filho.

“Ele só tinha ossinhos do ombro até a cabeça. Eu desmaiei quando vi. Reconheci meu filho, mas tive que entrar na Justiça para que o corpo fosse liberado do IML e pudéssemos enterrá-lo”, contou o pai durante a coletiva.

José Cícero não acredita que o crime tenha sido cometido apenas por crianças. "Com certeza tem gente grande envolvida. Esses meninos não fizeram isso sozinhos. Não me conformo com essa versão".

(Foto: Sandro Lima)

José Cícero não acredita que adolescentes teriam capacidade de cometer o crime como aconteceu

A delegada ainda informou que vítima e autor eram amigos e a criança costumava fazer refeições na casa do adolescente.

Violência sexual

Para a delegada Daniela Alves, não houve violência sexual. “Estamos esperando os laudos, mas a princípio descartamos a possibilidade de ter havido abuso sexual do garoto”.