Polícia
Policiais civis decidem deflagrar greve já na próxima sexta-feira
Proposta do Governo é de piso salarial de R$ 3.700,00 para receber em janeiro de 2019
Os policias civis decidiram deflagrar greve por tempo indeterminado a partir da próxima sexta-feira (24). A deliberação é um protesto contra o descumprimento do acordo por parte do governo do Estado. A categoria participou da assembleia geral, realizada na tarde desta sexta-feira (17) no Sindicato dos Bancários.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), Josimar Melo, informou aos policiais civis como foi a negociação com secretário de Planejamento e Gestão, Fabrício Marques Santos, destacando que a proposta do Governo é de piso salarial de R$ 3.700,00 para receber em janeiro de 2019. “O secretário disse que se o governo conceder reajuste geral aos servidores públicos, o percentual já estaria incluso na proposta da categoria. Ou seja, o governo só concederia a diferença para se chegar ao piso proposto em 2019”. Atualmente, o piso dos policiais civis é de R$ 3.062,00, o que representa o terceiro pior do Brasil e também é o pior salário da segurança pública no Estado de Alagoas.
O vice-diretor Jurídico do Sindpol, Ricardo Nazário, ressaltou que há dois anos a categoria está na luta pela valorização e pela implantação do salário de nível superior da segurança pública do Estado. “A proposta do governo não irá sequer repor a inflação acumulada de 2015 a 2018”, acrescentando, que infelizmente, o governo falta com a palavra. A diretoria do Sindpol procurará na próxima semana o Tribunal de Justiça para informar que o governo descumpriu o acordo. A penúltima proposta do governo era de piso salarial de R$ 3.700,00 em duas parcelas, sendo a primeira para março deste ano e a segunda em março de 2018, mas o governo recuou.
Na assembleia, os policiais questionaram a usurpação das prerrogativas dos policiais civis pela Polícia Militar, citando, como exemplo, a investigação de crimes. Foi decidido que o Sindpol irá fazer a denúncia aos órgãos competentes, como o Ministério Público, a OAB/AL, entre outros. O sindicato também procurará a Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) para questionar o posicionamento da entidade.
Também na assembleia, os policiais civis comentaram as declarações do delegado Lucimério Campos, que pediu exoneração do cargo e divulgou uma nota lamentando as condições de trabalho, afirmando que a Polícia Civil, enquanto instituição vem, sendo “sistematicamente enfraquecida” e atribuiu ao Governo do Estado toda a situação. Para os policiais civis, a desmotivação do delegado reflete na desvalorização da categoria pelo governo de Alagoas.
Foi destacado também que além da indefinição salarial, há uma movimentação para redução da remuneração do policial por meio da retirada da verba de alimentação e de adicional noturno da categoria.
Aumento da violência
Ricardo Nazário destacou que a política de segurança pública do governo é desastrosa, que, além de desmotivar e desvalorizar o policial, faz a violência disparar. No comparativo entre janeiro de 2016 e janeiro 2017 houve aumento de 31% de casos de homicídios no Estado de Alagoas. Em Maceió, a situação é mais drástica com 123%.
Atividade
Por conta da greve, os policiais civis decidiram devolver o pagamento das diárias para trabalhar durante o Carnaval e entregar as funções gratificadas e os coletes balísticos na próxima quinta-feira (23).
E na sexta-feira (24), o Sindpol realizará uma nova assembleia geral a partir das 8 horas, na antiga sede do sindicato (Rua Cincinato Pinto - Centro) para a categoria deliberar sobre as atividades da greve por tempo indeterminado.
Mobilização
Os policiais civis estão mobilizados desde 2015 pela valorização e cobram o cumprimento da pauta de reivindicações que contém 23 itens. Entre os principais pleitos, o reajuste salarial com implantação do piso salarial de nível superior da segurança pública de Alagoas, a revisão do Plano de Cargos, Carreira e Subsídios (PCCS), o pagamento de risco de vida e de insalubridade, o fim do desvio de função, o plano de saúde mantido pelo Estado. O Governo de Alagoas não concedeu nenhum dos itens à categoria.
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