Polícia
Sindpol alerta para aumento da violência e não aceita fechamento de delegacias
Dirigente sindical cita exemplo do 3º DP, procurado por populares após queima de ônibus
O Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), preocupado com a crescente violência em Alagoas, desaprova o modelo de segurança do Estado que prevê a retirada dos policiais civis das delegacias à noite, prejudicando o trabalho da Polícia Judiciária. A manutenção dos policiais inibe as ações criminosas nas proximidades, além de ser o primeiro local procurado pelo cidadão, quando ele é vítima da violência.
“A Polícia precisa estar presente nas comunidades. O Estado tem que investir na segurança pública e, consequentemente, nas condições de trabalho e salariais dos policiais. Há mais de um ano que os policiais civis continuam sem uma definição por parte do governo do Estado quanto à pauta de reivindicações da categoria. Enquanto isso, a maioria das delegacias estão abandonadas pelo Poder Público. Os policiais civis estão desmotivados e estressados com todo esse descaso. O Governo do Estado já colocou câmeras no 1º DP, 2º DP, 3º DP, 6º DP, 22º DP e pretende realizar a mesma ação em todas as delegacias do Estado. E a população, como ficará?”, questiona o vice-diretor Jurídico, Ricardo Nazário.
O dirigente sindical destaca que o Sindpol não vai aceitar que o Estado retire os policiais civis das delegacias à noite. Citando, inclusive, que quando dois ônibus foram queimados na última quarta-feira (25), a população e os policiais militares recorreram ao 3º DP para ter apoio dos policiais civis.
O Boletim Anual da Estatística Criminal de Alagoas de 2016, da Secretaria de Segurança Pública (SSP), mostra que 1.875 foram assassinadas em 2016 contra 1.813 em 2015, o que representa um crescimento de 3,4% do número de homicídios. Para este ano, tudo indica que não será diferente. No último domingo (22), em menos de oito horas, seis assassinatos foram registrados em Maceió. Nas cidades alagoanos, a população convive com terror dos assaltos às agências bancárias e com as explosões dos caixas eletrônicos.
Temendo o pior, a Delegacia Geral divulgou circular orientando aos policiais civis a redobrarem os cuidados com possíveis ataques às unidades policiais, viaturas e a integridade física do policial, advertindo “para não deixar a viatura em locais sem proteção e não transitar com a mesma sozinho”. Determina que “sejam feitas revistas semanais nas unidades policiais que possuem segregados, colimando-se evitar confronto entre as facções”, revela trechos do documento.
Nazário destaca que o “Sindpol tem o dever de alertar a população para essa ingerência na segurança pública, onde as facções criminosas estão se fortalecendo nos bairros de Maceió e nos municípios alagoanos, enquanto isso, a Secretaria de Segurança Pública quer fechar as delegacias, retirando os policiais civis, deixando, simplesmente, câmeras no lugar dos policiais”, alerta o sindicalista, acrescentando que além do atendimento à população, o policial também é responsável pela preservação dos inquéritos policiais em andamento, do armamento e dos materiais apreendidos (veículos, armas, drogas etc).
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