Polícia

Operação detém principal suspeita de esquartejamento em Girau do Ponciano

"Estava muito "cheirada" no dia do crime", disse a suspeita de 19 anos de idade

27/10/2016 20h29
Operação detém principal suspeita de esquartejamento em Girau do Ponciano
Reprodução - Foto: Assessoria

Uma operação integrada entre o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) e a Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic), da Polícia Civil, deteve, nesta quinta-feira (27), a suspeita de participar do esquartejamento de Genaldo Vieira dos Santos, de 46 anos de idade, na cidade de Girau do Ponciano, no Agreste alagoano. Thayse Nascimento Duarte, de 19 anos, estava foragida e foi detida quase na divisa de Alagoas com Pernambuco. Ela estava na companhia de Claudemir Henrique Evangelista, de 36 anos, o qual os agentes da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) atribui vários crimes. Os dois suspeitos foram apresentados na sede da SSP, no Centro de Maceió.

Thayse Nascimento foi detida no município de Ibateguara, no norte de Alagoas. Segundo o delegado Mário Jorge Barros, diretor da Deic, ela estava em um veículo Corsa Hatch, de cor preta, que estava encostado em uma rodovia, na presença de Claudemir Evangelista. A suspeita, de acordo com o secretário de Segurança Pública, Lima Júnior, estava sendo acompanhada há algum tempo pelo trabalho de inteligência da Segurança Pública alagoana. Ela estaria fugindo para Pernambuco com o outro suspeito quando foi abordada por militares do 2º BPM e da Radiopatrulha da Polícia Militar. O secretário afirmou que Thayse faz parte de uma organização criminosa que Claudemir também faz parte. O suspeito detido não tem ligação com o esquartejamento.

Thayse declarou à imprensa que estava “muito drogada” no dia do crime, que aconteceu em 12 de outubro. “Estava muito ‘cheirada’. Sou usuária de cocaína”, afirmou. A suspeita também disse que o crime não foi encomendado por ninguém, como a polícia suspeitava anteriormente. “Não conheço nenhum traficante”, disse Thayse, que agora está com cabelos avermelhados, diferente das imagens que foram divulgadas da suspeita quando ainda estava foragida, com cabelos loiros. “Mudei de visual antes de acontecer o crime”, afirmou. A suspeita demonstrava frieza ao falar do caso. “Eu não o matei sozinha, todos tiveram participação”, disse.

Sobre o vídeo divulgado em redes sociais do homem sendo esquartejado, Thayse declarou que a menor envolvida no caso foi a responsável por divulgar o vídeo. “Ela colocou nas redes sociais para dar uma de ‘fodona’, vazou para todo mundo e agora eu estou aqui”, disse a suspeita. Durante o questionamento da imprensa, Thayse afirmou ter duas filhas e também disse que a família dela estava pedindo para que ela se entregasse e que, de fato, ela faria isso, porém acabou sendo detida antes. “Eu queria me entregar quando estivesse com um advogado”, afirmou a suspeita. Na filmagem, Thayse se destaca como sendo a peça principal do esquartejamento, arrancando a cabeça, o pênis, as orelhas e alguns órgãos da vítima.

A jovem afirmou que, no momento em que a vítima do crime, Genaldo Vieira, foi colocada dentro de um porta-malas de um veículo Corsa Classic, o homem fez a seguinte afirmação (possivelmente sob pressão): “Fui eu que matei as duas crianças, agora vocês vão me deixar ir embora”. Segundo Lima Júnior, não existem quaisquer indícios de que Genaldo Vieira tenha cometido algum crime. “A suspeita Thayse diz que a motivação do crime continua a mesma: a morte de duas crianças. Elas teriam sido, segundo Thayse, estupradas e enforcadas por Genaldo, porém não há grau de certeza nenhum que a vítima fez isso. As investigações não vão parar até que cheguemos a uma motivação concreta deste crime bárbaro”, afirmou.

Assaltos a sacoleiros

Segundo Lima Júnior, Claudemir atuava no crime cometendo assaltos em pessoas que vão a cidades pernambucanas, como Caruaru e Toritama, comprar mercadorias para depois realizar a revenda. A ficha de passagens de Claudemir Evangelista é extensa. De acordo com a SSP, além de assaltos, Claudemir também é suspeito de tentativa de homicídio. Ainda segundo agentes da SSP, ele estava detido no presídio Aníbal Bruno, em Pernambuco, depois fugiu, foi recapturado e teria ganhado a liberdade há cinco meses.

“Pelo modo que o crime [de esquartejamento] foi executado, acreditamos que haja outras vítimas”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira. O delegado Mário Jorge afirmou que Thayse fez várias viagens entre Maceió e Arapiraca após o crime. Com a prisão de Thayse Nascimento, a polícia espera concluir o inquérito do crime que vitimou, de forma brutal, Genaldo Vieira dos Santos.

 

Fotos: Adailson Calheiros

 

 

Claudemir Henrique Evangelista e Thayse Nascimento

 

ABAIXO, FILMAGEM DE QUANDO THAYSE FALAVA À IMPRENSA: