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MP pede prisão perpétua para mãe suspeita de deixar a filha de 13 anos chegar a 28kg e morrer de fome

Por Extra 24/01/2025 15h30 - Atualizado em 24/01/2025 15h47
MP pede prisão perpétua para mãe suspeita de deixar a filha de 13 anos chegar a 28kg e morrer de fome
Amandine faleceu em decorrência de uma parada cardíaca na casa da família - Foto: Reprodução

O Ministério Público francês pediu, nesta sexta-feira, uma condenação à prisão perpétua para Sandrine Pissarra, a mãe julgada no Tribunal de Hérault por atos de "tortura" e "barbárie" e "por matar de fome" sua filha Amandine, de 13 anos.

Na sua acusação, o procurador-geral, Jean-Marie Beney, também pediu uma pena de prisão de 18 anos para o antigo parceiro de Sandrine, Jean-Michel Cros, por considerá-lo culpado de ter "privado de cuidados ou alimentação" a sua enteada. A jovem, no momento de sua morte, em agosto de 2020, pesava apenas 28 quilos.

A mulher enfrenta o julgamento em Montpellier, no Sul da França. O veredicto está previsto para sair ainda nesta sexta-feira.

Os fatos remontam a 6 de agosto de 2020, quando sua filha, Amandine, faleceu devido a uma parada cardíaca na residência da família, em Montblanc. Na ocasião, ela tinha 1,55 metros de altura e pesava 28 quilos.

De acordo com o relatório dos médicos legistas, a morte foi causada por um estado de "caquexia" — desnutrição extrema — associado a uma septicemia e a um possível síndrome de realimentação.

A adolescente também havia perdido vários dentes e tinha parte do cabelo arrancado. A mãe, Sandrine Pissarra, afirmou um dia depois da morte que Amandine sofria de um transtorno alimentar, algo que ninguém confirmou.

Sandrine, que teve oito filhos de três relacionamentos diferentes, declarou que, no dia da morte, sua filha aceitou apenas ingerir um cubo de açúcar, um pouco de purê de frutas e uma bebida rica em proteínas, antes de começar a vomitar e, posteriormente, parar de respirar.

Em prisão preventiva desde maio de 2021, ela também é acusada de violência voluntária contra Amandine nos seis anos anteriores.

O companheiro da mulher desde 2016, Jean-Michel Cros, de 49 anos, enfrenta uma pena de 30 anos de prisão por "privar sua enteada de cuidados ou alimentos" e por não ter feito nada para "salvá-la de uma morte certa".

Desde muito jovem, Amandine era alvo de sua mãe, que a privava de alimentos, aplicava intermináveis "castigos de escrita" e a trancava em um depósito, monitorada por câmeras.

De acordo com o relatório psiquiátrico, Sandrine Pissarra, descrita por pessoas próximas como uma mulher irada e violenta, teria "transferido o ódio" que sentia pelo pai de Amandine para a filha.

Os atos mais graves ocorreram a partir de março de 2020, durante o primeiro confinamento por Covid-19 na França, quando a adolescente deixou de frequentar a escola.