A história do homem que escalou as paredes de um hospital palestino em Hebron, na Cisjordânia, para visitar a mãe internada por Covid-19 — ela acabou morrendo pela doença — emocionou o mundo.

Em breve entrevista à emissora Palestine TV, o filho, identificado como Jihad Al-Suwaiti, de 30 anos, pediu que as pessoas se cuidassem para que não passassem pela mesma dor que ele sente.

Rasmi, mãe de Jihad, foi internada no início do mês com sintomas da doença causada pelo novo coronavírus. Ela já era paciente de câncer. Sem poder entrar no local por causa do risco de contaminação, a solução encontrada pelo homem foi escalar a parede até a janela do quarto em que sua mãe estava.

O filho relata que mal se lembra como tirou forças para encontrar a mãe. "O único lugar para acompanhar era aquela janela. Como cheguei lá? Sinceramente, não sei", contou.

15 de julho - Médicos do Ministério da Saúde da Palestina colhem amostras de sangue de pessoa suspeita de estar infectada com coronavírus (Covid-19), em Hebron, na Cisjordânia ocupada — Foto: Hazem Bader/AFP

Considerando a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, o número de infectados pelo novo coronavírus na Palestina desde o início da pandemia passava de 9 mil nesta quarta-feira (22). O total mortos pela Covid-19 chegou a 66.

O embaixador do Estado da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, disse ao G1 que a situação da pandemia na região ainda é muito difícil porque houve uma nova alta nos casos.

Tanto a Autoridade Palestina como o governo de Israel, que disputam territórios na região, adotaram novas medidas de isolamento nas últimas semanas. Em meados de julho, as duas partes concordaram em cooperar para evitar uma piora da pandemia e das crises de abastecimento geradas pela doença, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

Porém, em nota publicada na terça-feira (21), a ONU alertou que a cooperação entre israelenses e palestinos vem diminuindo, o que prejudica a entrega de ajuda humanitária na região e, consequentemente, piora a crise gerada pela Covid-19.