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Papa Francisco pede união para enfrentar pandemia na missa do Domingo de Páscoa

Tradicional benção 'Urbi et Orbi' foi proclamada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, sem a presença de fiéis

Por G1 12/04/2020 12h16
Papa Francisco pede união para enfrentar pandemia na missa do Domingo de Páscoa
Reprodução - Foto: Assessoria
O Papa Francisco celebrou neste domingo (12) a missa de Páscoa, com a tradicional bênção "Urbi et Orbi" (à cidade de Roma e ao mundo), sem a presença de fiéis na Basílica de São Pedro, no Vaticano, por causa da pandemia de Covid-19. Na celebração, que foi transmitida pela internet, ele pediu união para enfrentar a pandemia. “Este não é tempo para a indiferença, porque o mundo inteiro está sofrendo e deve sentir-se unido ao enfrentar a pandemia”, disse o pontífice. O pontífice fez um apelo para que não faltem os bens de primeira necessidade aos que vivem nas periferias, aos refugiados e aos desabrigados. O papa pediu ainda a redução das sanções internacionais que impedem a alguns países de proporcionar apoio adequado aos seus cidadãos. Ele também também apelou à solidariedade internacional "para reduzir, se não mesmo anular a dívida que pesa sobre os orçamentos dos países mais pobres." “Este não é tempo para egoísmos, pois o desafio que enfrentamos nos une a todos e não faz distinção de pessoas.” Como tradicionalmente não faz homilia durante a celebração no Domingo de Páscoa, sua mensagem foi transmitida no momento da bênção "Urbi et Orbi", que é seguida da concessão da indulgência plenária. Em tom bastante sóbrio, o pontífice dedicou sua mensagem aos afetados diretamente pelo novo coronavírus: enfermos, mortos e famílias das vítimas. Ele abriu mão do rito do “Resurrexit”, que recorda a surpresa do apóstolo Pedro ao ver o sepulcro vazio, pois, segundo a fé cristã, Jesus ressuscitou. “Nesta noite, ressoou a voz da Igreja: ‘Cristo, minha esperança, ressuscitou!’. É um ‘contágio’ diferente, que se transmite de coração a coração, porque todo o coração humano aguarda esta Boa Nova. É o contágio da esperança.” O papa defendeu que que as palavras indiferença, egoísmo, divisão e esquecimento não sejam ouvidas. "Essas palavras prevalecem quando em nós vencem o medo e a morte, isto é, quando não deixamos o Senhor Jesus vencer no nosso coração e na nossa vida. Ele, que já derrotou a morte abrindo-nos a senda da salvação eterna, dissipe as trevas da nossa pobre humanidade e introduza-nos no seu dia glorioso, que não conhece ocaso.” Cessar-fogo Francisco voltou a pedir a adesão ao apelo a um cessar-fogo global e imediato de todos os conflitos. “Este não é tempo para continuar a fabricar e comercializar armas, gastando somas enormes que deveriam ser usadas para cuidar das pessoas e salvar vidas.” O pontífice mencionou conflitos na Síria, no Iêmen, no Iraque, no Líbano, em Israel e na Palestina, na Líbia, na fronteira entre a Grécia e a Turquia, em Moçambique, além da crise na Venezuela. No sábado (11), o Papa fez a cerimônia solene de vigília de Páscoa. A celebração também não teve a presença de fiéis tampouco batismos. As medidas são para evitar a disseminação do novo coronavírus. Na última sexta-feira (10), o Papa já havia celebrado a Paixão de Cristo com a Basílica de São Pedro vazia. Desde a semana passada, o Papa Francisco realizou audiências gerais e o Angelus sem os fiéis para evitar a propagação do novo coronavírus. O pontífice também tem mantido a distância prudente recomendada de seus interlocutores. A basílica e a Praça de São Pedro permanecem fechadas, seguindo as recomendações das autoridades italianas.