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Fumaça na Austrália cobre parte do Chile e da Argentina

Se seguir o trajeto original, fumaça deve passar na terça sobre o Rio Grande do Sul; pôr-do-sol deve ser mais avermelhado, dizem especialistas.

Por G1 07/01/2020 15h38
Fumaça na Austrália cobre parte do Chile e da Argentina
Reprodução - Foto: Assessoria

Satélites da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), dos EUA, identificaram nesta segunda-feira (6) que a fumaça dos incêndios na Austrália cruzaram o Oceano Pacífico e cobrem parte do Chile e da Argentina.

Duas colunas de fumaça foram registradas em deslocamento pelo satélite GOES, da agência norte-americana. Elas surgiram nos grandes incêndios que atingem o país da Oceania desde o fim do ano passado. Especialistas indicam que a contaminação deve chegar ao Rio Grande do Sul ainda nesta terça-feira (7).

Imagens da agência americana NOAA mostram a fumaça já sobre a região da Argentina e Chile — Foto: Divulgação/NOAA

De acordo com o instituto Climatempo, a chegada da coluna de fumaça não vai afetar o regime de chuvas ou a temperatura da região, mas poderá ser observado um céu mais avermelhado durante o pôr do sol.

Carregada pelo vento

Uma simulação feita pelo modelo atmosférico europeu (ECMWF) indicou a trajetória dos ventos varrendo a fumaça para a América do Sul. O Climatempo disse em nota que a fumaça é transportada pelos ventos quando alcançam altitudes acima dos 5km.

Para esta agência, a fumaça continuará seu trajeto pelo fluxo de ar que corre de oeste para leste e não deve tocar o chão.

O meteorologista Fábio Luengo, da Somar Meteorologia, alertou para riscos caso a fumaça encontre chuvas durante o caminho, que podem arrastar o material particulado para lavouras, reservatórios de água e açudes, além de provocar uma chuva mais ácida.

Altas temperaturas e tempo seco

Imagem de satélite mostra a fumaça marrom dos incêndios na Austrália sendo arrastada para o Oceano Pacífico em 5 de janeiro. — Foto: NOAA

A Austrália vive um dos piores incêndios florestais dos últimos anos, com focos que começaram em setembro do ano passado. O fenômeno é causado pela combinação de temperaturas superiores a 40 ºC, pouca chuva e fortes ventos.

As queimadas atingiram mais de 8 milhões de hectares de terras pelo país, uma área do tamanho da Irlanda. Foram destruídos milhares de prédios e cidades ficaram sem eletricidade e sinal de telefonia móvel.