Política

França endurece política de imigração em meio a pressões de opositores de Macron

Governo medidas como desmonte de acampamentos de imigrantes e cotas a trabalhadores estrangeiros

Por Texto: Elizabeth Pineau e Christian Lowe com Reuters e G1 06/11/2019 17h28
França endurece política de imigração em meio a pressões de opositores de Macron
Reprodução - Foto: Assessoria
A França desmontará alguns acampamentos de imigrantes, imporá cotas a trabalhadores estrangeiros e negará acesso a serviços de saúde sem urgência a postulantes de asilo recém-chegados. O novo plano foi anunciado nesta quarta-feira (6). As medidas foram vistas como uma tentativa do presidente francês, Emmanuel Macron, em mostrar que está atento aos receios dos eleitores com a imigração – um dos temas mais abordados por oposicionistas do Reunião Nacional, partido nacionalista de Marine Le Pen. Em entrevista durante o anúncio das medidas, o primeiro-ministro Édouard Philippe afirmou que pretende "recuperar o controle" da política migratória da França. "Isso significa que, quando dizemos sim, é realmente sim. E, quando dizemos não, realmente quer dizer não", afirmou Philippe. Imigração na França Pesquisas de opinião mostram que o eleitorado está preocupado com a questão e que esse sentimento está aumentando o apoio à líder nacionalista Marine Le Pen. Assim como em 2017, ela provavelmente será a principal oponente de Macron na próxima eleição presidencial, em 2022. Imigrantes cruzam rio na Itália perto da cidade de Ventimiglia, a caminho da França, em junho de 2017 (Foto: AP / Chiara Carenini) Sondagens apontam que a popularidade de Le Pen cresce entre os eleitores, enquanto Macron está perdendo terreno – embora ainda lidere. O governo de centro de Macron resistia à pressão de rivais da direita na questão migratória. Isso em parte devido a muitos dos apoiadores do presidente considerarem medidas menos flexíveis com a imigração como um flerte com a xenofobia. Ao anunciar as novas medidas, a França se une a outros países europeus, entre eles Itália, Reino Unido e Suécia, que optaram por adotar posturas mais rígidas com os imigrantes desde que o início da Guerra da Síria, em 2011, desencadeou uma crise imigratória em toda a Europa e estimulou partidos nacionalistas.