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Senado dos Estados Unidos adia sessão de votação do orçamento

Próxima sessão para discutir orçamento está marcada para 27 de dezembro

Por AFP e G1 22/12/2018 19h25
Senado dos Estados Unidos adia sessão de votação do orçamento
Reprodução - Foto: Assessoria
A paralisação parcial do governo dos Estados Unidos se estenderá, depois que o Congresso norte-americano suspendeu a sessão, neste sábado (22), sem chegar a um acordo para a votação do orçamento federal, que expirou à meia-noite da véspera. O fechamento afeta 800 mil dos 2,1 milhões de trabalhadores federais dos Estados Unidos, que deixarão de receber o salário, embora o recuperem quando um orçamento for aprovado. "O Senado se reunirá para uma sessão pro forma na segunda-feira, isto é, no [dia] 24 [de dezembro]. A próxima sessão programada será em 27 de dezembro", disse o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, no Congresso. O governo dos Estados Unidos iniciou neste sábado (22) à meia-noite (3h, pelo horário em Brasília) um fechamento parcial por falta de fundos, depois que o Congresso não chegou a um acordo orçamentário para as exigências do presidente Donald Trump a respeito do muro da fronteira com o México. Trata-se do terceiro fechamento administrativo que Trump enfrenta neste ano. O primeiro, em janeiro, se prolongou por três dias, enquanto o segundo, em fevereiro, durou apenas algumas horas. De acordo com a rede CNN, é a primeira vez em 40 anos que o governo fecha parcialmente três vezes em um mesmo ano. A paralisação parcial ocorre porque o financiamento de algumas agências do governo federal venceu. Elas têm que fechar e deixar seus funcionários tecnicamente sem trabalho. Alguns funcionários federais, inclusive, podem ficar sem pagamento no Natal. Na noite desta sexta, Trump publicou um vídeo no Twitter em que mais uma vez defende a construção do muro, para barrar a entrada de imigrantes ilegais, drogas e gangues nos EUA. O presidente declarou que "espera que o bloqueio não dure muito". https://twitter.com/realDonaldTrump/status/1076308614372048897 A paralisação parcial afeta os departamentos de Segurança Interna, Justiça e Agricultura. Na prática, ocorre na véspera do Natal e também em uma época em que muitos escritórios estão fechando os balanços no final do ano, o que minimiza seu impacto. A vantagem para Trump é que os programas governamentais estão financiados até 30 de setembro de 2019, incluindo os dos Departamentos de Defesa, Trabalho e Saúde e Serviços Humanos. Negociações no Senado Os senadores dos partidos Republicano e Democrata tinham concordado com um orçamento provisório na última quinta-feira (20), mas que não incluía os mais de US$ 5 bilhões que Trump havia exigido para a construção do muro na fronteira. O presidente se negou a assiná-lo. Um outro projeto de orçamento, que inclui a verba para o muro, foi aprovado na sexta na Câmara dos Representantes, onde os republicanos são maioria, e enviado ao Senado, que adiou a votação, forçando o início da paralisação parcial. Apoiadores de Trump fazem financiamento coletivo para muro As negociações no Congresso norte-americano serão retomadas depois das 12h deste sábado (15h, em Brasília). O orçamento precisará da aprovação de 60 senadores. Ao menos, o governo conseguiu convencer a maioria simples dos senadores em uma votação preliminar. Isso garante, na prática, que o assunto seja debatido até a chegada de um acordo final. Mudanças durante o debate Donald Trump fala a jornalistas na Casa Branca (Foto: Jonathan Ernst / Reuters) O próprio presidente Trump já previa que o acordo não ocorreria a tempo. "Se os democratas votarem não, vai haver uma paralisação que vai durar por muito tempo", escreveu ele em um tuíte. A opinião de Trump mudou ao longo do debate sobre o orçamento para o muro. O presidente chegou a bater boca com congressistas do Partido Democrata tentando forçar a aprovação. No entanto, ele voltou atrás e disse que buscaria "outras formas" de financiar a obra recentemente, o republicano mudou mais uma vez de ideia e insistiu que o Congresso aprovasse o orçamento. Trump vê esta negociação como sua última oportunidade para conseguir os fundos para o muro, já que em janeiro os democratas assumirão o controle da Câmara dos Representantes e poderão bloquear o financiamento do muro.