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Protesto contra estrangeiros em cidade alemã termina com 18 feridos

Marchas convocadas por grupos de extrema-direita reuniram 8 mil pessoas, quase o dobro da estimativa inicial.

Por G1 03/09/2018 12h47
Protesto contra estrangeiros em cidade alemã termina com 18 feridos
Reprodução - Foto: Assessoria

A polícia alemã informou neste domingo (2) que os protestos que ocorreram ontem em Chemnitz, no leste do país, deixaram 18 feridos.

No sábado (1º), milhares de pessoas saíram às ruas da cidade atendendo a uma nova convocação de grupos de extrema-direita para protestar contra a política de refugiados do governo alemão.

Entre os feridos estão 3 policiais que separavam grupos de extrema-direita e outros que protestavam contra a xenofobia.

A polícia informou também que um afegão de 20 anos foi atacado horas depois dos protestos por 4 homens encapuzados. As autoridades investigam se os agressores participaram da manifestação.

Ao longo do sábado, a polícia registrou 37 ocorrências criminais nos protestos, incluindo lesão corporal, vandalismo e exibição de símbolos proibidos.

O deputado Sören Bartol, do Partido Social-Democrata (SPD), que afirmou em seu Twitter ter sido "emboscado” por nazistas quando deixava uma manifestação contrária à xenofobia. Ele afirmou que os agressores destruíram bandeiras com o símbolo da SPD e agrediram alguns dos membros do grupo.

Bjoern Hoecke, líder do grupo Alternativa para a Alemanha, participa de protesto de extrema-direita em Chemnitz, no leste do país (Foto: Ralf Hirschberger / dpa via AP)

Segundo a polícia, 8 mil pessoas participaram dos protestos de direita, convocados pelos grupos Pro Chemnitz e Pegida e pelo partido populista Alternativa para a Alemanha (AfD).

Inicialmente, o númro informado foi de 4,5 mil manifestantes.

Cerca de 3 mil pessoas organizaram um outro protesto nas proximidades para denunciar a violência contra estrangeiros e a xenofobia no país.

Polícia separa manifestantes de dois grupos diferentes durante atos em Chemnitz, no leste da Alemanha (Foto: dpa via AP)

Motivo dos protestos

Chemnitz, no estado da Saxônia, virou palco de protestos desde que um cidadão alemão foi morto a facadas no último fim de semana. O fato de 2 suspeitos pelo crime serem estrangeiros – um sírio e um iraquiano – acirrou os ânimos na cidade e levou à convocação das marchas. Em algumas das manifestações, extremistas perseguiram e atacaram pessoas que aparentavam ser estrangeiras.

No sábado, cerca de 2 mil policiais acompanharam os protestos. Alguns policiais pediram por meio de alto-falantes que os participantes não se envolvessem em atos de violência. Como precaução, os policiais levaram veículos blindados e canhões d'água para dispersar manifestantes em caso de confronto.

Os manifestantes que atendaram as concentrações dos grupos de direita exibiram bandeiras e alemãs e cartazes com frases como "Merkel precisa ir embora” e "Nós somos o povo”, este último um antigo slogan dos manifestantes que protestavam contra o antigo governo da Alemanha Oriental em 1989.

Já os 3,5 mil manifestantes que se concentraram nos arredores da Igreja de São João exibiram slogans como "Chemnitz livre de nazistas” e "Tenha coração e não hostilidade”.

Mulher participa de marcha contra movimento de extrema-direita em Chemnitz, Alemanha, neste sábado (1). (Foto: John Macfougall/AFP)