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Primeiro-ministro grego assume 'responsabilidade política' de incêndios mortais

Balanço de mortos subiu para 86 e buscas por desaparecidos continuam

Por G1 27/07/2018 17h49
Primeiro-ministro grego assume 'responsabilidade política' de incêndios mortais
Reprodução - Foto: Assessoria
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, assumiu nesta sexta-feira (27) "a responsabilidade política" da tragédia dos incêndios mortais que deixaram ao menos 86 mortos, em um discurso diante do Conselho de Ministros. Tsipras indicou que convocou o conselho ministerial, porque gostaria, "primeiramente, de assumir integralmente, diante do povo grego, a responsabilidade política desta tragédia". "Eu acredito que isso deve ser feito pelo primeiro-ministro e pelo governo do país", acrescentou. Seu discurso se deu após as críticas à gestão dos incêndios. O ministro da Proteção Civil, Niko Toskas, anunciou na noite desta quinta-feira que a Justiça tem "fortes indícios" de que o incêndio que devastou a costa oriental de Ática seja de origem criminosa. "Há sérios indícios e sinais significativos que sugerem incêndios criminosos", afirmou Toskas. Vista aérea mostra devastação causada por incêndio em Mati, na Grécia, na terça-feira (24) (Foto: FlyGreeceDrone/via Reuters) Aumenta o número de mortos Nesta sexta-feira, o chefe do serviço médico legal de Atenas, Nikos Karakouis, elevou o número de vítimas mortais para 86. O balanço anterior era de 82. Ao mesmo tempo continuam hospitalizadas 53 pessoas, entre elas quatro crianças. Onze dos feridos continuam em estado crítico. Até agora não houve uma lista oficial de desaparecidos, porque entre as pessoas procuradas estavam as encontradas mortas, e as autoridades não queriam especular enquanto não identificassem todos os corpos. Identificação das vítimas Na localidade de Mati, a mais afetada pelos incêndios, as equipes de resgate continuavam em busca dos desaparecidos, enquanto o processo de necropsia dos corpos das vítimas deve ser concluído nesta sexta. "De 75% a 80% dos corpos estão carbonizados", explicou na rádio 9,84 o presidente do conselho grego médico-legal, Grigoris Léon. A identificação das vítimas levará alguns dias, e não se descarta que, no caso de algumas, "estrangeiras, ou solteiras", esse processo talvez demore mais. As autoridades do governo grego que caminhavam nesta sexta-feira pelas áreas incendiadas questionaram as violações, durante décadas, das regras de urbanismo e construção. O governo apontou que, nessa área da costa de Ática, havia pelo menos 4.000 casas construídas irregularmente no meio de florestas de pinheiros. Segundo informou o Ministério de Infraestruturas, 51% dos 3.546 edifícios inspecionados até o momento estão inabitáveis. Autoridades trabalham contra o tempo para apagar o fogo na Grécia (Foto: Valerie Gache/AFP)