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Justiça dos EUA manda ex-chefe de campanha de Trump para a cadeia

Paul Manafort estava em prisão domiciliar, que foi revogada porque teria tentado entrar em contato com possíveis testemunhas de seu julgamento

Por G1 15/06/2018 15h34
Justiça dos EUA manda ex-chefe de campanha de Trump para a cadeia
Reprodução - Foto: Assessoria
Um tribunal federal determinou nesta sexta-feira (15) a prisão do ex-chefe de campanha de Donald Trump, Paul Manafort, após ser acusado de manipulação de testemunhas enquanto aguarda o julgamento pelas acusações de conspiração federal e lavagem de dinheiro apresentadas pelo promotor especial Robert S. Mueller. A ordem de prisão veio numa audiência num tribunal federal em Washington depois que Manafort pediu para pagar uma fiança de US$ 10 milhões para encerrar sete meses de prisão domiciliar. "Você abusou da confiança depositada em você seis meses atrás", disse a juíza Amy Berman Jackson, da Suprema Corte dos EUA, a Manafort. "A moção do governo será concedida e o réu será detido." Manafort, vestindo um terno azul e gravata vermelha, foi levado para fora do tribunal por agentes de segurança. Ele se virou e deu uma última olhada e acenou para sua esposa, que acenou de volta. O presidente Trump reagiu à decisão pelo Twitter, classificando-a de "muito injusta": "Uau, que sentença dura ao Paul Manafort, que representou Ronald Reagan, Bob Dole e muitos outros políticos e campanhas. E quanto a Comey e a desonesta Hillary e todos os outros? Muito injusto!", tuitou. https://twitter.com/realDonaldTrump/status/1007679422865006593 Manipulação Mueller acusou Paul Manafort de manipular testemunhas no caso contra ele por crimes financeiros e pediu ao juiz que revogasse seu regime de prisão domiciliar, o que agora foi atendido. Os promotores que trabalham para Mueller asseguraram em documentos judiciais que Manafort tentou entrar em contato com possíveis testemunhas do caso por telefone e através de um serviço de mensagens criptografadas. Para os promotores, estes contatos representam uma violação da liberdade condicional que foi concedida após ele se entregar em outubro de 2017, por isso pediram ao juiz que a revogação da prisão domiciliar e que o mande para a cadeia até o julgamento. Nos documentos apresentados ao juiz, os promotores relatam pelo menos um caso de uma testemunha que informou ao FBI que Manafort o contatou para discutir seu testemunho. Embora o processo contra Manafort é produto da investigação de Mueller sobre os supostos vínculos entre o Kremlin e a campanha de Trump, os crimes alegados contra ele não estão relacionados com sua atuação como chefe de campanha entre junho e agosto de 2016. Trabalho com governos estrangeiros Segundo a acusação de Mueller, Manafort trabalhou entre 2006 e 2017 para governos estrangeiros sem comunicar o governo dos EUA, nem citar ao tesouro público, como dita a lei. De fato, Manafort teve que renunciar como chefe da campanha de Trump depois que foi descoberto pelas autoridades que ele tinha escondido um pagamento de US$ 12,7 milhões que recebeu por assessorar o deposto presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich. O início do julgamento de Manafort, que se declarou inocente das acusações, está previsto para o dia 24 de julho, no estado de Virgínia.