Mundo

Avião que caiu em Cuba não tinha autorização para voar na Guiana

Um piloto aposentado cubano afirmou que havia uma recomendação para que a Cubana Aviación não alugasse aviões da empresa mexicana

Por R7, com agências internacionais 21/05/2018 20h54
Avião que caiu em Cuba não tinha autorização para voar na Guiana
Reprodução - Foto: Assessoria
As autoridades de aviação da Guiana tinham proibido o avião que caiu em Cuba e matou mais de cem pessoas na última sexta-feira (18) de voar no país depois que descobriram que a tripulação permitia que os passageiros levassem uma sobrecarga de bagagem considerada perigosa. Uma inspeção no ano passado mostrou que havia malas até no banheiro do avião que fazia a rota Cuba-Guiana. Os cubanos não precisam de visto e vão até o país comprar produtos que não estão disponíveis na ilha, por conta do embargo. A companhia mexicana Damojh que operava ambos os voos havia alugado sua aeronave e a tripulação para a companhia aérea estatal Cubana Aviación. Um piloto aposentado cubano fez uma publicação em seu Facebook dizendo que havia uma recomendação para que a Cubana Aviación não alugasse mais aviões dessa empresa mexicana. Ovidio Martínez Lòpez contou que em 2010 um avião da Damojh sumiu por algum tempo do radar dos controladores de voo. Mais tarde, Lòpez ressaltou que é importante “esperar os resultados das investigações”. O ministro de transportes de Cuba, Adel Yzquierdo Rodríguez afirmou que o aluguel de aviões é comum, já que o país tem dificuldades de comprar aeronaves novas por conta do embargo. Yzquierdo afirmou ainda que a responsabilidade da manutenção dos aviões alugados era da Damojh. Cuba até conseguiu comprar alguns aviões nos últimos anos, mas teve problemas com a manutenção e elas foram tiradas de circulação. As autoridades cubanas informaram ainda que o boeing foi fabricado em 1979. Em 2010, outro avião, fabricado em 1975, teve um pequeno incêndio ao pousar na cidade do México. A Damojh tinha licença para alugar aviões e seu programa de manutenção havia sido renovado em novembro de 2017 pelas autoridades mexicanas. O México vai enviar especialistas para ajudar na investigação, mas o governo cubano também solicitou a presença de funcionários da Boeing para acompanhar o processo. As três sobreviventes continuam em estado crítico e a informação de que dois argentinos morreram no acidente foi confirmada pelo governo do país sul-americano.