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Após polêmica, 'ministro de Comunicação' do Vaticano renuncia ao cargo

Dario Viganó foi acusado pela imprensa de manipular uma carta de Bento XVI sobre o papa Francisco

Por AFP e G1 21/03/2018 14h40
Após polêmica, 'ministro de Comunicação' do Vaticano renuncia ao cargo
Reprodução - Foto: Assessoria
O "ministro de Comunicação" do Vaticano, monsenhor Dario Viganó, encarregado de uma reforma dos meios de comunicação da Santa Sé, renunciou nesta quarta-feira (21) a seu cargo ao ser acusado pela imprensa de manipular uma carta de Bento XVI sobre o papa Francisco. "Depois de ter refletido e ponderado com atenção os motivos que indica (...), respeito sua decisão e aceito com certa dificuldade sua renúncia", escreveu o papa Francisco a Viganó, em uma mensagem divulgada pelo Vaticano. Fontes da agência Reuters, no entanto, dão conta de que Viganó foi instruído a pedir sua renúncia o que, na prática, significaria ser demitido. Viganó, que responsia como Prefeito do Secretariado de Comunicação, enfrentou severas críticas por borrar parte de uma foto que retratava uma carta do papa emérito Bento XVI sobre seu sucessor e citando apenas trechos de seu conteúdo antes de divulgar a mensagem por completo, no sábado. O episódio gerou polêmica no Vaticano e foi um "fiasco" em termos de relações públicas, especiamente porque neste ano o papa Francisco escreveu um documento sobre os perigos das "fake news". Dario Vigano durante entrevista coletiva no Vaticano, em janeiro de 2016 (Foto: REUTERS/Stringer) Conteúdo Os primeiros parágrafos da carta, na qual Bento XVI defende a formação teológica do papa argentino, foi divulgada há quatro dias pelo Vaticano por meio de uma foto digital. No entanto, os meios de comunicação observaram que vários parágrafos haviam sido omitidos, entre eles um em que o pontífice emérito se nega por razões de "saúde e de tempo" a escrever um prólogo. Poucos dias depois, surgiu outro parágrafo importante, no qual Bento XVI explica que não aceita escrever a apresentação devido ao fato de que, entre os autores dos 11 livretos, figuram teólogos alemães - em particular, Peter Hünermann, que foi um crítico implacável de João Paulo II e de Joseph Ratzinger como teólogo e como papa.