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Advogado de Trump pede fim da investigação sobre ingerência russa nas eleições dos EUA

John Dowd fez solicitação ao Departamento de Justiça

Por EFE e G1 17/03/2018 15h36
Advogado de Trump pede fim da investigação sobre ingerência russa nas eleições dos EUA
Reprodução - Foto: Assessoria
John Dowd, um dos advogados de Donald Trump, pediu neste sábado (17) para que o Departamento de Justiça encerre a investigação sobre a ingerência russa nas eleições americanas liderada pelo procurador especial Robert Mueller, e que envolve várias pessoas ao redor do presidente dos Estados Unidos. A declaração de Dowd foi feita horas depois da abrupta demissão do "número dois" do FBI, Andrew McCabe, que denunciou que a sua cessação fazia parte de uma tentativa do governo de Trump para "desacreditar" a investigação de Mueller. "Diga para que o vice-procurador-geral [dos Estados Unidos], Rod Rosenstein, siga o brilhante e valente exemplo do Escritório de Responsabilidade Profissional do FBI e do procurador-geral Jeff Sessions e ponha fim à investigação da suposta conspiração com a Rússia", disse Dowd ao jornal digital "The Daily Beast". O advogado acrescentou que essa investigação foi "manufaturada pelo chefe de McCabe, [o ex-diretor do FBI] James Comey, com base em um dossiê fraudulento e corrupto" sobre Trump e a Rússia. Dowd afirmou pouco depois à emissora "NBC News" que não estava pedindo para que Mueller fosse demitido, apenas para que se pusesse fim à investigação que o procurador toca desde que Trump demitiu Comey - em maio do ano passado -, que liderava o caso. A solicitação é dirigida a Rosenstein, o número dois do Departamento de Justiça, que supervisiona o pedido de Mueller dado que Sessions se inibiu das decisões sobre o tema. Trump não pode despedir Mueller sem a permissão de Rosenstein, e a declaração de Dowd aumenta a pressão sobre o vice-procurador-geral para que intervenha na investigação russa. O advogado se pronunciou assim horas depois que Sessions demitiu McCabe, o "número dois" do FBI, que se aposentadoria no próximo domingo, uma decisão que o deixa sem parte da previdência. Sessions afirmou na noite de sexta-feira que uma investigação interna do FBI e do Departamento de Justiça concluiu que McCabe fez "um vazamento não autorizado para um meio de comunicação e careceu de franqueza - inclusive sob juramento -, em múltiplas ocasiões". McCabe teria permitido em 2016 o vazamento de informações a respeito de uma investigação sobre doações recebidas pela Fundação Clinton, da qual fazia parte a candidata democrata das últimas eleições, Hillary Clinton, segundo a imprensa local. Trump comemorou pouco depois da meia-noite a demissão de McCabe, que durante meses foi foco de tensão entre a Casa Branca e o FBI, e escreveu no Twitter que a cessação marcava "um grande dia para a democracia". "O falso beato James Comey era o seu chefe e fazia com que McCabe parecesse uma criança do coral. Ele sabia de tudo sobre as mentiras e a corrupção nos níveis mais altos do FBI", afirmou Trump. McCabe, que estava há mais de 20 anos no FBI, defendeu na noite de ontem que sua demissão é fruto de "uma série de ataques" projetados para "minar" sua "credibilidade" e sua "reputação", alguns deles dirigidos pelo próprio Trump, e que faz parte da "guerra" do governo contra o FBI e os trabalhos de Mueller. "Isto faz parte de um esforço para me desacreditar como testemunha" na investigação de Mueller, disse McCabe em entrevista ao jornal "The New York Times".