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Filho mais velho de Fidel Castro comete suicídio

Conhecido como Fidelito, ele se formou em Física Nuclear e dedicou a vida à ciência

Por DW 02/02/2018 09h02
Filho mais velho de Fidel Castro comete suicídio
Reprodução - Foto: Assessoria
O filho mais velho do ex-presidente de Cuba Fidel Castro morreu nesta quinta-feira (02/02), em Havana, num aparente suicídio, segundo informou a televisão estatal cubana e portais oficiais de internet do país. Fidel Castro Diaz-Balart, de 69 anos, era o único filho nascido do casamento do ex-líder, morto em novembro de 2016, com Mirta Diaz-Balart. Segundo a emissora cubana, Fidelito, como era conhecido, sofria há vários meses de uma forte depressão. Formado em Física Nuclear, Fidelito era assessor científico do Conselho de Estado de Cuba, órgão máximo do governo da ilha, e vice-presidente da Academia de Ciências do país. Um comunicado oficial afirma que Fidelito "atentou contra sua vida na manhã deste dia 1º de fevereiro". Ele vinha sendo "atendido por um grupo de médicos há vários meses por causa de um estado depressivo profundo". "Como parte do tratamento, ele inicialmente exigiu um regime de hospitalização e depois continuou com o acompanhamento ambulatório durante sua reintegração social", diz a nota, destacando que o primogênito de Fidel dedicou sua vida profissional "inteiramente dedicada à ciência, obtendo relevantes reconhecimentos nacionais e internacionais". As últimas vezes em que foi visto em público foram no funeral do pai e na posse do americano Peter Agre, vencedor do Nobel de Química, como membro da Academia de Ciências de Cuba, em agosto do ano passado, em Havana. Vida dedicada à ciência Fidel Castro Diaz-Balart nasceu em 1949 em Havana. Após seus pais se divorciarem em 1954, ele viveu até os dez anos com a mãe, que se casou com o advogado Emilio Núñez Blanco e fixou residência em Madri nos anos 1970. Ele iniciou seus estudos em Cuba e, posteriormente, se transferiu para a União Soviética, onde fez doutorado em Ciências Físicas Matemáticas pelo Instituto de Energia Atômica IV. Kurchatov, em Moscou. Fidelito se graduou "Summa Cum Laude" em Física Nuclear pela Universidade Lomonosov  na capital russa em 1974. Ele continuou seus estudos em Cuba, Espanha e novamente nas academias soviéticas. Diaz-Balart foi encarregado da política nuclear de seu país entre 1980 e 1992, representando Cuba na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) entre 1983 e 1992. Ele ainda presidiu o Grupo de Coordenação dos Países Não Alinhados para os usos pacíficos da Energia Atômica (1983-1987). Ele foi demitido da Secretaria de Assuntos Nucleares em junho de 1992. A decisão foi justificada por seu pai "por ineficiência no desempenho de suas funções". Fidelito permaneceu no ostracismo por sete anos, até ser nomeado em 1999 como assessor no Ministério da Indústria Básica. O filho mais velho de Fidel foi o autor de diversas obras, como Elementos e reflexões em torno da Política Científica Nacional, de 1985, e O grande desafio do Terceiro Milênio. Energia nuclear: perigo ambiental ou solução para o futuro", de 1997. Fidelito participou de pesquisas internacionais sobre energia nuclear e em 2013 recebeu o título de "doutor honoris causa" pela Universidade Estatal de Moscou. Quando jovem, se especializou na mesma instituição em Física Nuclear utilizando o nome falso de José Raúl Fernández, por razões de segurança. Ele teve três filhos no primeiro casamento, com a russa Natasha Smirnova (Mirta María, Fidel Antonio e José Raúl) e, mais tarde, se casou com a cubana María Victoria Barreiro.