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Governistas tentarão convencer oposição a não destituir Kuczynski no Peru

Congresso abriu processo de destituição contra o presidente peruano depois da revelação de que a Odebrecht pagou US$ 782 mil para sua empresa de consultoria

Por G1 17/12/2017 17h09
Governistas tentarão convencer oposição a não destituir Kuczynski no Peru
Reprodução - Foto: Assessoria

bancada do Peruanos Pelo Kambio (PPK) se reunirá com as lideranças dos demais partidos do Congresso do Peru, dominado pela oposição, para tentar evitar a destituição do presidente do país, Pedro Pablo Kuczynski, na próxima quinta-feira (21).

O congressista Gilbert Violeta afirmou à agência oficial "Andina" que tentará convencer os oposicionistas de que o afastamento do presidente causaria "prejuízos ao país".

O Congresso decidiu abrir um processo de destituição contra Kuczynski depois da revelação de que a Odebrecht pagou US$ 782 mil para a Westfield Capital, empresa de consultoria do presidente. Até então, o presidente negava ter qualquer vínculo com a construtora.

Os pagamentos foram feitos entre 2004 e 2007, época em que Kuczynski foi ministro da Economia e primeiro-ministro do governo do ex-presidente Alejandro Toledo.

Violeta pediu que os demais partidos do Congresso "reflitam com maturidade" e não condenem o presidente antes de ouvi-lo.

"Nos próximos dias, até quinta-feira, é preciso conversar com todos. Temos que fazer um ato de humildade e explicar esse assunto com maiores detalhes, com tranquilidade, e convencer os colegas com argumentos e provas na mão", indicou Violeta.

Tanto Kuczynski como a Odebrecht alegaram que os pagamentos pelo serviço de consultoria foram legais e gerenciados exclusivamente pelo empresário chileno Gerardo Sepúlveda, que administrava a Westfield Capital enquanto o atual presidente era ministro.

O Congresso, dominado pelo fujimorismo, abriu o processo de destituição de Kuczynksi por "incapacidade moral permanente" ao considerar que o presidente "faltou com a verdade" quando afirmou, em repetidas ocasiões, que nunca recebeu dinheiro da Odebrecht.

O caso Odebrecht afeta quase todo o alto escalão da política peruana. Contra Toledo há uma ordem de captura pelo recebimento de US$ 20 milhões em propinas da construtora. O ex-presidente Alan García é investigado por irregularidades nas obras do metrô de Lima.

Já Ollanta Humala, antecessor de Kuczynski, está preso por financiamento irregular de sua campanha.