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Casal preso 21 anos injustamente por abuso sexual receberá US$ 3,4 milhões

Casal ganhou liberdade neste ano e em junho, foi declarado inocente

Por AFP / G1 23/08/2017 21h57
Casal preso 21 anos injustamente por abuso sexual receberá US$ 3,4 milhões
Reprodução - Foto: Assessoria

Um casal de americanos, preso injustamente durante 21 anos e acusado de abuso sexual a menores de idade como parte de um culto satânico, deverá receber nesta quarta-feira (23) US$ 3,4 milhões do Texas, meses após procuradores reconhecerem a sua inocência.

Dan e Fran Keller, funcionários de uma creche, em 1991 foram o centro de um sórdido caso, acusados por crianças de abuso e rituais obscuros que incluíam o desmembramento de bebês e torturas de animais de estimação.

As autoridades reconheceram posteriormente que as crianças foram interrogadas de maneira inapropriada, desencadeando falsas lembranças, em meio a um clima de medo no país alimentado pela crença de que as crianças eram presas do satanismo.

O médico que disse ter descoberto evidências físicas de abuso também reconheceu em 2013 que cometeu um erro ao avaliar a fonte das feridas de uma criança.

Os Keller ganharam liberdade este ano, mas não foram retiradas por completo as acusações até junho, quando os procuradores finalmente os declararam inocentes.

Compensação

Na lei do Texas, ambos têm direito a uma compensação de US$ 80 mil por cada ano em que estiveram na prisão. O pagamento de US$ 3,4 milhões foi programado para ser sacado pelo casal nesta quarta-feira, informou o jornal "Austin American Statesman".

"Isso significa que não teremos que nos preocupar em mendigar centavos do Seguro Social, e com as contas atrasadas. Quer dizer que seremos realmente livres. Podemos começar a viver, sem esse pesadelo", disse ao jornal Fran Keller, de 67 anos.

Desde sua libertação, o casal estava vivendo em condições de pobreza, incapaz de encontrar trabalho por causa da idade avançada e dos antecedentes criminais, assinalou o jornal.

Entre 1991 e a metade de 2016, o Texas pagou a 101 pessoas presas injustamente US$ 93,6 milhões, de acordo com o "Texas Tribune".