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Oposição queniana levará resultado eleitoral ao Tribunal Supremo

"Aceitar crime como esse pela terceira vez seguida seria reconhecer o triunfo da impunidade antidemocrática e a morte permanente da democracia", justificou opositor

Por EFE / G1 16/08/2017 14h24
Oposição queniana levará resultado eleitoral ao Tribunal Supremo
Reprodução - Foto: Assessoria

O líder da oposição queniana, Raila Odinga, anunciou nesta quarta-feira (16) que decidiu ir ao Tribunal Supremo para impugnar o resultado das eleições, ao contrário do que o seu partido afirmou nos últimos dias, e defendeu o direito dos cidadãos a protestar pacificamente.

"Os quenianos não precisam usar a violência para conseguir Justiça", disse Odinga.

Em coletiva de imprensa, ele disse que fará "todo o possível para atrair a atenção pacificamente sobre esta fraude eleitoral" e conseguir uma solução.

O político lembrou que nas eleições de 2013 também foi preciso apelar ao Supremo, mas que perderam todos os recursos apresentados contra a eleição do atual presidente, Uhuru Kenyatta.

"Vamos dar uma segunda oportunidade ao Tribunal Supremo para que se redima", declarou.

O dirigente da Super Aliança Nacional, que leu um manifesto intitulado "Os quenianos dizem não aos líderes gerados por computador", reiterou que as recentes eleições foram alteradas por causa de um ataque hacker que fez um algoritmo gerar vantagem de 11% a favor de seu oponente.

"Os resultados são nulos. Kenyatta não foi legalmente declarado vencedor. Aceitar crime como esse pela terceira vez seguida seria reconhecer o triunfo da impunidade antidemocrática e a morte permanente da democracia", justificou.

Segundo Odinga, a "grande maioria" dos quenianos "não aceitou nem aceitará" a "ilegítima" decisão da Comissão Eleitoral até que as dúvidas apresentadas por seu partido sejam respondidas.

"Não permitiremos que esta impunidade continue e nos negamos a que o Jubileu (partido governante) transforme o nosso país em uma grande brincadeira", alertou.

Na última sexta, a contagem oficial da Comissão Eleitoral deu a vitória a Kenyatta, reeleito para um segundo mandato, com 54% dos votos.