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Líderes chegam a acordo sobre comunicado, exceto em relação à questão climática

Chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou estar muito feliz que todos os outros países, com exceção dos Estados Unidos, concordarem que o Acordo de Paris é irreversível

Por G1 08/07/2017 12h03
Líderes chegam a acordo sobre comunicado, exceto em relação à questão climática
Reprodução - Foto: Assessoria

Os líderes mundiais reunidos para uma cúpula na Alemanha concordaram em todos os aspectos de uma declaração conjunta, exceto a seção sobre o clima, onde os Estados Unidos estão pressionando por uma referência aos combustíveis fósseis, disseram autoridades da União Européia no sábado (8).

A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou estar muito feliz que todos os outros países, com exceção dos Estados Unidos, concordarem que o Acordo de Paris é irreversível.

As autoridades disseram que os assessores trabalharam até a madrugada para finalizar um comunicado para o Grupo dos 20, superando as diferenças no comércio depois que os membros dos EUA concordaram com a linguagem sobre a luta contra o protecionismo.

"O resultado é bom. Temos um comunicado. Há uma questão pendente, que é sobre o clima, mas espero que possamos encontrar um compromisso", disse uma autoridade da UE, falando sob anonimato. "Nós temos todos os fundamentos. Temos um comunicado G20, não um comunicado G19", acrescentou.

"Eu acho que está muito claro que não conseguimos chegar a um consenso, mas as diferenças não foram escondidas, eles foram claramente afirmadas", disse.

A seção que precisa ser resolvida pelos líderes relaciona-se com a insistência dos EUA em que haja uma referência aos combustíveis fósseis, disse a autoridade.

Sucesso diplomático

Com a declaração final praticamente resolvida, a cúpula marcou um sucesso diplomático para a chanceler Angela Merkel enquanto ela contornava diferenças com o presidente dos EUA, Donald Trump, que chegou à cúpula de dois dias isolado em uma série de questões.

Trump, que na sexta-feira (7) encontrou química em sua primeira reunião presencial com o presidente russo Vladimir Putin, parabenizou Merkel por sua administração da cúpula.

"Você foi incrível e você fez um trabalho fantástico. Muito obrigado chanceler", disse ele.

Trump e Putin discutiram na sexta a suposta intervenção russa na eleição dos EUA, mas concordaram em se concentrar em laços futuros em vez de insistir do passado, um resultado que foi criticado pelos líderes democratas no Congresso.

Para Merkel, a cúpula é uma oportunidade para mostrar suas habilidades diplomáticas antes de uma eleição federal em setembro, quando ela busca um quarto mandato.

Mercados abertos

A seção comercial no comunicado que os assessores escreveram traz o seguinte trecho: "Nós vamos manter os mercados abertos destacando a importância de vantagens comerciais recíprocas e estruturas de investimento vantajosa e princípio de não discriminação, e continuaremos combatendo o protecionismo, incluindo todas as práticas injustas e o reconhecimento do papel de instrumentos legítimos de defesa neste tema".

Combustíveis fósseis

A política de mudança climática mostrou-se um ponto crítico, com os Estados Unidos apontando para a inclusão da redação sobre quais outros países tiveram reservas.

Essa passagem dizia: "... os Estados Unidos da América se esforçarão para trabalhar em estreita colaboração com outros parceiros para ajudar seu acesso e uso de combustíveis fósseis de forma mais limpa e eficiente ..."

A seção climática tomou nota da decisão de Trump no mês passado de retirar os Estados Unidos do marco do acordo climático de Paris, visando combater as mudanças climáticas, e reafirmou o compromisso dos outros 19 membros com o acordo.

Merkel escolheu acolher a cúpula em Hamburgo, a cidade portuária onde nasceu, para enviar um sinal sobre a abertura da Alemanha ao mundo, incluindo a sua tolerância a protestos pacíficos.