Mundo
Milhares de venezuelanos criticam mortes em protestos contra Maduro
75 pessoas morreram em quase 3 meses de protestos contra o governo na Venezuela
Milhares de opositores marcham neste sábado (24) em Caracas e outras cidades da Venezuela até instalações militares, exigindo o fim do que denunciam como uma "brutal repressão" contra os protestos em rechaço ao presidente Nicolás Maduro.
Dois jovens morreram pelas mãos de militares nesta semana durante manifestações em Caracas, o que eleva o balanço de vítimas fatais a 75 em 85 dias de protestos, segundo a Procuradoria.
"Enviamos uma mensagem às Forças Armadas: vão seguir matando venezuelanos ou vão respeitar a Constituição?", questionou o deputado conservador José Manuel Olivares em um dos pontos de concentração em Caracas, onde os manifestantes pretendem caminhar até a base área de La Carlota.
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) pediu no Twitter aos militares que "baixem suas armas" após convocar mobilizações em todo o país.
Um manifestante é atingido por um jato d'água enquanto outros se protegem atrás de escudos durante confrontos com a polícia em uma manifestação contra o presidente Nicolás Maduro em Caracas, na Venezuela, em 19 de junho (Foto: Ivan Alvarado/Reuters)
Um manifestante ferido é atendido por serviços de emergência após se ferir durante um protesto contra o presidente Nicolás Maduro em Caracas, na Venezuela (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Corpo de manifestante pega fogo após explosão de tanque de gás durante protesto em Caracas, Venezuela, no início de maio (Foto: Ronaldo Schemidt/AFP)
David Vallenilla, de 23 anos, morreu na quinta-feira após receber rajadas de balas de borracha disparadas por um militar em frente à base de La Carlota, onde começaram os distúrbios depois que uma marcha foi bloqueada com bombas de gás lacrimogêneo. Encapuzados lançaram pedras e coquetéis molotov.
Na segunda-feira, Fabián Urbina, de 17 anos, faleceu por uma ferida de bala depois que efetivos da Guarda Nacional abriram fogo.
Quatro militares foram processados pelos dois casos, informaram as autoridades.
Em um ato com o alto comando das Forças Armadas, Maduro pediu na sexta-feira que "adequem" os corpos de controle da ordem pública para que "não caia mais ninguém".
Evocando artigos constitucionais que consagram o direito à desobediência civil, a MUD chamou na terça-feira para que desconheçam o governo de Maduro e a sua convocação de uma Assembleia Constituinte.
Pessoas colocam cruzes ao longo de uma estrada em Caracas, na Venezuela, em 15 de maio. As cruzes representam as pessoas que morreram durante protestos em oposição ao governo do presidente Nicolas Maduro. Os líderes da oposição exigem eleições presidenciais imediatas (Foto: Fernando Llano/AP)
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