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Após arrastar passageiro, United expulsa de voo noivos rumo ao casamento

Companhia área decola em terceira polêmica em menos de uma semana

Por EXAME.com 17/04/2017 19h58
Após arrastar passageiro, United expulsa de voo noivos rumo ao casamento
Reprodução - Foto: Assessoria

Em um domingo de abril, a United Airlines arrasta à força um passageiro de 69 anos por ele se recusar a ceder seu assento a um funcionário. Uma semana depois, uma nova polêmica: a companhia aérea teria expulsado um casal que viajava para realizar seu casamento.

Michael Hohl e Amber Maxwell viajariam de Houston, no Texas, para a Costa Rica, onde o evento aconteceria. Eles disseram à emissora norte-americana Khou, da CBS, que subiram no avião e encontraram em seus assentos um passageiro cochilando no lugar.

Em vez de acordarem o rapaz, se acomodaram em lugares à frente, já que o voo estava relativamente vazio – inclusive, parte dos passageiros do mesmo voo eram convidados do casamento que viajariam com eles, segundo o relato.

Questionados por uma aeromoça, o casal voltou ao assento correto, mas acabou sendo escoltado e expulso momentos depois com “a alegação de que estavam causando desordem e perigo para o restante do voo e que a ação era uma medida de segurança”.

Para a Reuters, a companhia desmentiu o fato e disse que o casal tentou repetidamente se sentar em assentos melhores que os que haviam sido comprados por eles, além de não seguirem as instruções da tripulação para retornar aos assentos designados.

“Não achamos que era uma grande coisa, não é como se estivéssemos tentando ficar em um assento de primeira classe”, afirmou Michael.

Depois do incidente, a companhia disse ter oferecido ao casal uma tarifa de hotel com desconto para a noite, bem como uma reserva gratuita para um voo na manhã seguinte.

Escorpião a bordo

A vida não está nada fácil para a United nos últimos tempos. No mesmo dia em que o passageiro David Dao foi retirado à força de um de seus voos, outro passageiro levou uma picada de escorpião a bordo de uma outra aeronave.

O passageiro era Richard Bell, que viajava com a esposa Linda Bell de Houston, nos Estados Unidos, para Calgary, no Canadá. “Enquanto eu estava comendo, alguma coisa caiu no meu cabelo do compartimento de bagagens acima de mim”, disse à rede canadense CBC.

Segundo Bell, a equipe de comissários imediatamente prestou auxílio ao casal, retirando-os de seus assentos originais. Eles também fizeram ligações para descobrir se o escorpião era venenoso ou não.

Ao pousarem em Calgary, uma equipe médica já estava esperando Bell para levá-lo ao hospital. Ele foi liberado logo em seguida e não pretende processar a companhia.

Nariz quebrado

As estarrecedoras cenas da expulsão à força de um passageiro do voo da United foram transmitidas exaustivamente nos jornais e redes sociais de todo mundo na última semana.

Desde então, a companhia aérea já perdeu centenas de milhões de dólares em valor de mercado, pediu desculpas três vezes e anunciou que o bônus do CEO neste ano será atrelado às reclamações dos clientes. A United também já afirmou que está disposta a pagar indenização para outros passageiros que estavam no voo e se sentiram ofendidos.

Também, pudera: o médico David Dao de 69 anos, que já iniciou uma ação legal contra a empresa, foi agredido e humilhado publicamente com o mundo como testemunha – ele quebrou o nariz e perdeu um dente, apontou um diagnóstico divulgado agora de tarde.

E ainda foi chamado de beligerante pelo CEO da United em um e-mail interno enviado aos funcionários, que ele afirmou terem sido corretos na atitude, em um primeiro momento.

No dia seguinte, a companhia divulgou um terceiro comunicado, assinado pelo CEO, Oscar Munoz, com um pedido de desculpas pelo fato. “Ninguém deve ser tratado desta forma”, afirmou por meio dele.

“Nós assumimos total responsabilidade (pelo fato) e vamos trabalhar direito para resolver isto”, diz outro trecho da carta, que anuncia que a empresa fará uma revisão de processos que vão desde a parte de movimentação de tripulação a procedimento em caso de overbook, como no caso do voo 3411.