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Tribunal egípcio absolve Mubarak por assassinato de manifestantes

Ex-presidente havia sido condenado à prisão perpétua por conspirar para assassinar 239 pessoas

Por G1 02/03/2017 14h31
Tribunal egípcio absolve Mubarak por assassinato de manifestantes
Reprodução - Foto: Assessoria

A principal corte de apelações do Egito considerou inocente ex-presidente Hosni Mubarak nesta quinta-feira (2) no caso do assassinato de manifestantes durante a revolta de 2011, que o tirou do poder após 30 anos, segundo a Reuters.

Mubarak, de 88 anos, havia sido condenado à prisão perpétua em 2012 por conspirar para assassinar 239 manifestantes, semeando o caos e criando um vácuo de segurança durante uma revolta de 18 dias iniciada em janeiro de 2011. As vítimas morreram em um confronto das forças de segurança semanas antes de Mubarak ser forçado a deixar o poder.

Um tribunal de apelação ordenou a organização de um novo julgamento, mas a procuradoria apelou da decisão e ordenou mais uma revisão na maior corte de apelação do país.

No julgamento desta quinta-feira, Mubarak e seu ministro do Interior foram acusados de providenciar veículos e armas usados para atacar os ativistas e de não adotar ações para evitar mortes.

Sentado em uma cadeira de rodas dentro da jaula dos réus, e sem seus óculos escuros característicos, Mubarak respondeu: "Isso não aconteceu".

O ex-presidente disse que história irá julgá-lo um patriota que serviu a seu país abnegadamente. Ele acenou para apoiadores entre os jornalistas e outros presentes no tribunal. Do lado de fora, um pequeno grupo de apoiadores de Mubarak se reuniu e exibiu pôsteres do ex-presidente, exigindo que ele seja solto e honrado por seu trabalho.

O tribunal também rejeitou as demandas dos advogados das vítimas para reabrir ações civis, não deixando nenhuma opção para apelação ou novo julgamento.

Muitos egípcios que viveram durante o governo Mubarak o veem como um período de autocracia e capitalismo de compadrio, de acordo com a Reuters.

Sua queda propiciou a primeira eleição livre do Egito, mas o presidente islâmico Mohamed Mursi foi deposto depois de um ano pelo então comandante do Exército, Abdel Fattah al-Sisi, que posteriormente venceu uma eleição presidencial em 2014.