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Veja o que se sabe sobre o acidente aéreo com a Chapecoense
Relatório preliminar mostra que não há indícios de combustível nos destroços
Era 1h15 em Brasília quando o voo LMI 2933 perdeu contato com a torre de controle do Aeroporto José Maria Córdova, em Rionegro, perto de Medellín, na Colômbia. Naquele momento, começava a maior tragédia do futebol e do jornalismo brasileiros.
A maior parte da delegação da Chapecoense, time que em seis anos passou da quarta divisão à elite do futebol brasileiro, estava na aeronave. Na próxima quarta-feira, a equipe disputaria a primeira partida da final da Copa Sul-Americana – um feito inédito na história do clube.
Jornalistas e outros convidados também acompanhavam o time no voo. Até o final da tarde desta terça, 72 corpos foram resgatados dos destroços. Apenas quatro passageiros e dois tripulantes sobreviveram.
Quantas pessoas estavam a bordo?
O número ainda é incerto. A lista oficial de passageiros, divulgada pela autoridade da aviação civil colombiana, indica 81 nomes. No entanto, ao menos quatro pessoas que constavam na lista não embarcaram no voo. Por volta das 16h30 desta terça-feira, 72 corpos já tinham sido resgatados. Há seis sobreviventes.
Quem são os sobreviventes?
Sete pessoas foram resgatadas com vida, mas o goleiro Marcos Danilo Padilha não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Segundo as autoridades colombianas, todos os sobreviventes foram encontrados no terreno ao redor da aeronave.
Há três jogadores entre os sobreviventes: Alan Luciano Ruschel, Jackson Ragnar Follmann e Hélio Hermito Zampier Neto. Um jornalista, o repórter Rafael Hensel, da rádio Oeste Capital, e dois tripulantes, a auxiliar de voo Ximena Suárez e o técnico da aeronave, Erwin Tumiri, também sobreviveram. Eles foram encaminhados para hospitais da região.
De acordo com a agência de notícias Reuters, Neto e Valmorbida estavam em condição “muito delicada, mas estável”, em terapia intensiva. Neto sofreu traumas na cabeça, tórax e pulmões, além de feridas abertas nos joelhos.
Ruschel também estava em terapia intensiva, mas em condição estável, afirmou à Reuters a doutora Ana Maria González, diretora de outra clínica que também os atendia.
Follmann, goleiro reserva da Chapecoense, teve uma das pernas amputadas em decorrência do acidente, segundo a mídia. O goleiro titular Danilo chegou a ser resgatado com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente.
Qual é o avião do acidente?
O modelo envolvido no acidente é um Avro Regional Jet85, da companhia venuelana LaMia, que opera na Bolívia. A aeronave foi fretada pela Chapecoense para fazer o trajeto de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para Medellín, na Colômbia.
O avião tinha 17 anos e, recentemente, tinha carregado a seleção argentina para o Brasil para disputar as eliminatórias da Copa do Mundo. O modelo podia atingir até 762 km/h e tinha autonomia de voo para cerca de 3 mil quilômetros com tanque cheio
A aeronave caiu em Cerro Gordo, cerca de 50 quilômetros de seu destino final em uma região de montanhosa e de difícil acesso. Veja nesse vídeo o momento em que o avião desaparece do radar.
Quais as causas para o acidente?
A resposta para isso é incerta. Informações preliminares indicam que não havia sinal de combustível nos destroços. As autoridades colombianas trabalham com duas hipóteses. A primeira é de que o avião não voava com a reserva de combustível suficiente. A segunda é de que o piloto, ao perceber eventuais falhas mecânicas, teria esvaziado o tanque para que o avião não explodisse com o impacto no chão.
O modelo de avião poderia fazer esse trajeto?
De acordo com informações da consultoria em aviação alemã Jacdec, com base na ficha técnica da fabricante, a capacidade do padrão de voo da aeronave RJ85, da companhia venezuelana LaMia, seria menor do que o trajeto previsto para o voo que levava o Chapecoense. No entanto, especialistas afirmam que há uma versão desse mesmo modelo com uma autonomia maior. Portanto, qualquer afirmação sobre o assunto seria prematura.
Por que a Anac vetou voo fretado para Chapecoense?
A equipe da Chapecoense pediu autorização no último dia 25 para a Anac para fazer um voo direto para Medellín em voo fretado com a companhia LaMia, partindo do aeroporto de Guarulhos. O trajeto, contudo, foi vetado pelo órgão federal.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, o veto ao trajeto idealizado pela Chapecoense foi motivado pela lei que impede que a nacionalidade da empresa responsável pelo fretamento seja diferente do local de destino.
“O pedido foi negado com base no Código Brasileiro de Aeronáutica (CBAer) e na Convenção de Chicago, que trata dos acordos de serviços aéreos entre os países. O acordo com a Bolívia, país originário da companhia aérea Lamia, não prevê operações como a solicitada”, explicou em nota a Anac.
Com a decisão, a delegação precisou seguir em um voo comercial para Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, para em seguida embarcar no avião fretado pelo clube.
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