Interior

Incra intensifica demarcação de terras em assentamentos

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária realiza, desde o início de outubro de 2024, um trabalho de georreferenciamento em assentamentos do estado

Por Ricardo Rodrigues - colaborador / Tribuna Independente 21/12/2024 09h46 - Atualizado em 21/12/2024 09h47
Incra intensifica demarcação de terras em assentamentos
Servidores do Incra atuam no processo de divisão de lotes - Foto: Ascom Incra/AL

Apesar da reforma agrária não ter avançado muito nos últimos anos em Alagoas, a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) continua tentando administrar as terras ocupadas, antes que a Justiça dê ganho de causa aos latifundiários e despeje os sem-terra, como aconteceu recentemente em Messias, nas terras da Usina Utinga Leão.

Para intensificar a demarcação das fazendas ocupadas pelas famílias de sem-terra, o Incra em Alagoas realiza, desde o início de outubro de 2024, um trabalho de georreferenciamento em assentamentos do estado com o objetivo de ampliar os processos de titulação. Uma equipe técnica está em campo e já alcançou uma área demarcada de 1,8 mil hectares, em quatro áreas de reforma agrária, onde vivem 223 famílias.

De acordo com a assessoria de comunicação do Incra em Alagoas, até agora, foram feitas atividades nos assentamentos 25 de Março, no município de Anadia, com 17 famílias em 163,43 hectares; Pacas, em Murici, com 77 famílias em 715,5 hectares; Nova Esperança, em Branquinha, com 79 famílias em 609,3 hectares; e Santa Isabel, em Girau do Ponciano, com 50 famílias em 316 hectares.

“Além desse trabalho, já concluído este ano, também estão sendo visitadas áreas com demandas surgidas na Sala da Cidadania, para resolução de conflitos e ajustes de limites entre lotes”, explicou o técnico da Divisão de Governança da Terra do Incra/AL, Luiz Batista, que coordena a equipe em campo e foi ouvido pela assessoria de comunicação do Instituto em Alagoas.

Servidores atuam nos locais para intermediar conflitos

A assessoria informou ainda que durante o período de 16 a 20 de dezembro, servidores da regional do instituto estiveram atuando nos locais, para tratar de situações relatadas que englobam desde divergência sobre divisas de lotes vizinhos até remoção de marcos, ação tipificada como crime.

Os seguintes assentamentos teriam recebido visitas da equipe: Dourada (Viçosa), Nova Vida/Poço Dantas e Amor ou Piedade (São Luís do Quitunde), Prazeres (Flexeiras), Paulo Freire/Serrana (União dos Palmares) e Aquidaban (Maragogi).

Em 2025, os trabalhos começarão pelo município de Belo Monte, no assentamento Itamaraty, numa área de 229,4 hectares com nove famílias. Na continuidade, estão previstas ações nos assentamentos Rendeira (Girau do Ponciano), São Luís (Atalaia), Flor do Mundaú (Branquinha), Paulo Freire/Serrana e Chico Mendes/Bebidas (União dos Palmares).

SEGURANÇA

Assentado desde a fundação da área de reforma agrária Pacas, Cícero Antônio da Silva é presidente da Associação dos Trabalhadores Rurais do Assentamento Ernesto Che Guevara, que representa a comunidade. Para ele, a demarcação é muito importante por permitir que a localização seja precisa. “Isso evita divergências entre vizinhos e ajuda no planejamento da produção”, considera.

Num lote de seis hectares, Bel das Pacas, como Cícero é conhecido, vive com a esposa e produz batata, milho, laranja, melancia, coco e manga. Eles também criam pequenos animais, como galinha e ganso, além de bovinos e asininos.