Interior
MPF e DPU reúnem-se com Ufal, IMA e Defesa Civil sobre mineração em Craíbas
Instituições querem que Vale Verde custeie estudos independentes sobre impactos ambientais, estruturais e na saúde pública e dos animais
Na tarde da última quarta-feira (29), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública da União (DPU) promoveram uma reunião técnica com representantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), da Defesa Civil do Estado e do Instituto do Meio Ambiente (IMA). O objetivo foi discutir estudos técnicos que indiquem os danos ambientais, estruturais, de saúde da população e possível morte de animais, no entorno das atividades da Mineração Vale Verde, no município de Craíbas, em Alagoas.
Esta reunião, realizada como acompanhamento das medidas acordadas na ação civil pública ajuizada pela DPU, onde o MPF atua como fiscal da lei, visa embasar os argumentos para obtenção de medida judicial que obrigue a empresa mineradora de cobre a custear estudos independentes sobre os impactos socioambientais de suas atividades.
Durante o encontro, a Ufal apresentou estudos hidrológicos de grande relevância, enquanto o Estado informou sobre os levantamentos realizados pelo IMA, com o georreferenciamento dos imóveis atingidos, que será apresentado nos próximos dias, e sobre a resistência da mineradora em custear estudos sismológicos a serem desenvolvidos pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
O engajamento dos órgãos públicos na busca por estudos técnicos necessários para identificar os danos e suas causas foi ressaltado, assim como a necessidade de financiamento para ampliação desses estudos, quando os órgãos públicos não dispõem de recursos suficientes.
A procuradora da República Juliana Câmara mencionou a importância da realização de nova audiência judicial. “Todo encontro presencial é uma oportunidade de melhor explicar a situação e revelar os impactos causados. Afinal, ainda que o empreendimento seja legal e atue dentro das normas ambientais, pode estar causando impactos no entorno e precisa repará-los”.
Diego Alves, defensor regional dos direitos humanos, ressaltou os esforços conjuntos na busca por respostas para os impactos ambientais e sociais alegados pela população do entorno da Mineração Vale Verde. “A intenção é diagnosticar as causas para os danos apontados pela comunidade vulnerável que reside no entorno da mineradora e, uma vez identificados, seja atribuído o dever de reparação/compensação a quem deu causa na medida da sua responsabilidade”.
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