Interior

FPI realiza 2ª soltura e devolve 119 aves para o bioma da Mata Atlântica em Coruripe

Operação executada pela equipe fauna levou de volta ao habitat natural espécies como Sanhaçu, Caboclinho, Sabiá-da-mata, Tico-tico, Xexéu-de-bananeira, entre outros

Por Ascom FPI do São Francisco 02/12/2023 08h19 - Atualizado em 02/12/2023 12h18
FPI realiza 2ª soltura e devolve 119 aves para o bioma da Mata Atlântica em Coruripe
Soltura aconteceu na sexta-feira (1) - Foto: Allerson Jesus / Ascom FPI do São Francisco

A Mata Atlântica é um bioma importante por abrigar uma grande diversidade de fauna e flora, a soltura de aves criadas em cativeiro pode trazer benefícios, a exemplo do aumento da biodiversidade, melhora da saúde do ecossistema, além de ser uma importante ferramenta de educação ambiental. Pensando nisso, a 12ª etapa da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) em Alagoas, realizou na sexta-feira (1) sua segunda soltura e devolveu 119 animais em Coruripe.

A ação foi realizada na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) da Usina Coruripe, que conta com cerca de 17 mil hectares de terra própria para a preservação. Dentre as espécies estão o Papa Capim, Caboclinho, Sabiá da Mata, Xexéu de Bananeira, entre outros. O local foi escolhido porque é habitat natural desses animais, que foram capturados ou entregues de maneira voluntária no bioma da caatinga à equipe de Fauna da FPI, que organizou e executou a operação.

Após serem resgatadas, as aves passam por um processo de avaliação para verificar se estão aptas para serem soltas na natureza. Os animais que não apresentam nenhum problema de saúde são colocados em quarentena por dois a três dias, para que se adaptem ao ambiente e se recuperem do estresse da captura.

Durante esse período, ao serem recebidos pela equipe de triagem, os animais são identificados ao nível de espécie, passam por avaliação clínica e recebem uma identificação (anilhas para aves e/ou microchip para répteis e mamíferos). No caso das aves, o uso das anilhas permitem o monitoramento e o entendimento do hábito das espécies, além de demonstrarem a sobrevivência na natureza.

(Foto: Allerson Jesus / Ascom FPI do São Francisco)

A bióloga da ONG SOS Caatinga, Jaqueline Tavares, explica que o trabalho desenvolvido na fiscalização é voltado para a recepção desses animais. “Nós os recepcionamos, fazemos o trabalho de averiguar como está a condição que ele chegou. Se for um caso grave, que necessitem tratamento específico ou tempo para realização, é encaminhado para o Cetas [Centro de Triagem de Animais Silvestres] em Maceió, para ver as condições que eles estão e fazer posteriormente a soltura deles”.

O biólogo do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), André Gil, destaca que trazer de volta essas espécies para o bioma contribui para a melhoria de toda a fauna. “Eles fazem parte [da restituição] através da alimentação e das sementes. Então, a reintrodução desses animais deixará o ambiente mais diverso e mais rico”.

O médico veterinário e consultor do IMA, Rafael Cordeiro, avalia que a ação traz a sensação de dever cumprido. “É uma alegria, poder trazer de volta à natureza essas aves, que após passarem por uma triagem é constatado que os animais são aptos para o retorno à natureza, a esperança é de que eles possam contribuir para o equilíbrio ecológico e fortalecimento da biodiversidade deste local”.

O analista ambiental da Usina Coruripe, Luzenilton Morais, destaca a importância do trabalho desenvolvido pela equipe fauna da FPI. “A empresa tem no DNA essa questão da preservação, trazer esses animais para cá é mais um atestado de que estamos no caminho certo”. Ele também informou que no local está sendo desenvolvido um viveiro de aclimatação, a ser implantado em janeiro de 2024, destinado a plantas ou animais criados em condições controladas preparados para serem transferidos para os respectivos.