Interior
Estudo nega falha no Oeste de Arapiraca
Região Sul da cidade teria maior propensão para ocorrência de tremores de terra, afirma o Serviço Geológico do Brasil
Um estudo realizado pelo Serviço Geológico do Brasil, no ano de 2017, e publicado pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), não mostra falha geológica na Região Oeste de Arapiraca, onde seria o epicentro dos tremores de terra ocorridos em três datas distintas, no mês de agosto.
Os moradores estão assustados, temendo um novo tremor de terra. Os abalos começaram no dia 4 de agosto, mas não foi sentido pela população.
O segundo episódio aconteceu no dia 25 de agosto, com magnitude 2.1 na Escala Richter e balançou o chão e paredes de muitas casas e prédios em Arapiraca.
O terceiro abalo sísmico foi registrado pelos órgãos de monitoramento, como o Laboratório de Sismologia da Universidade do Rio Grande do Norte. A magnitude foi de 1,5 na Escala Richter, mas não foi sentido pelos moradores.
O epicentro dos tremores de terra seria nas imediações do Residencial Brisa do Lago, no lado oeste da cidade, devido a uma falha geológica a cerca de 12 quilômetros de profundidade. Porém, o estudo feito pelo Serviço Geológico do Brasil, no ano de 2017, aponta a maior falha geológica para o sul de Arapiraca.
No levantamento, o trabalho fala do início da falha no período Mesozóico do planeta, com a ruptura continental (quebra do continente Gondwana), resultando em feições extensionais de rifte, formando bacias sedimentares, em alguns casos cobertos por derrames basálticos associados à abertura do Oceano Atlântico Sul.
“Na porção sudeste da Folha em Arapiraca, em área coberta pelos sedimentos do Grupo Barreiras, observa-se um conjunto de pequenas falhas gravitacionais alinhadas na direção NE que limitam os sedimentos da bacia Sergipe-Alagoas, com as rochas cristalinas do Terreno Rio Coruripe. Tais falhamentos constituem na realidade (de acordo com observação dos dados aerogeofísicos) uma mega zona de cisalhamento extensional coberta, em sua maior parte, pelos sedimentos mesozóicos”, revela o estudo.
A Tribuna entrou em contato com o Serviço Geológico do Brasil e obteve apenas a seguinte informação de que “estamos verificando internamente e retornaremos informações em breve”.
A expectativa agora é com a instalação de equipamentos por parte da Defesa Civil Estadual, no trabalho conjunto com a Defesa Civil Municipal de Arapiraca, para detectar com mais precisão e detalhes o ponto central da origem dos tremores de terra.
Mineradora nega ligação
Em nota enviada à imprensa, a Mineração Vale Verde (MVV) negou responsabilidade pelos abalos, afirmando que não têm nexo causal com os desmontes controlados da empresa.
“Os desmontes são preferencialmente agendados para ocorrer às quintas-feiras, por volta de 12h (meio-dia). Essa escolha foi feita em consenso com as comunidades locais”.
“A MVV mantém o compromisso contínuo de transparência e comunicação fluida com as comunidades anfitriãs, mantendo-se aberto ao diálogo com todas as partes interessadas e tendo a Segurança como seu principal valor”, frisou.
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