Interior
Vídeo: quase 600 pessoas ficam desabrigadas em São Miguel dos Campos após rio transbordar
Secretária de Assistência Social diz que número pode ser maior e que força-tarefa segue resgatando novas vítimas
Após o Rio São Miguel, que corta o município de São Miguel dos Campos, transbordar na noite da quarta-feira (25), várias famílias que moram em áreas de risco ficaram desabrigadas. Até às 18h30 desta quinta-feira (26), a Secretaria de Assistência Social do Município contabilizava mais de 550 pessoas alojadas em cinco abrigos temporários.
Uma força-tarefa foi montada no município. A equipe de resgate (Defesa Civil, Secretarias de Saúde e Assistência Social) continua socorrendo e transportando as vítimas. Elas estão sendo levadas aos abrigos montados em Escolas.
"Até o momento já são 559 pessoas alojadas nas escolas que foram transformadas em abrigos, mas esse número pode aumentar no decorrer da noite ou desta sexta-feira (27), uma vez que as equipes da força-tarefa montada ainda estão fazendo o resgate de outras famílias, em especial no Povoado Coité, que é uma área de difícil acesso, e por lá tem muita gente ainda em área de risco. Vale lembrar que esse número é apenas das pessoas que estão nesses alojamentos, muitos foram para casa de parentes'', disse a secretária de Assistência Social, Jackeline Vieira.
A dona de casa Ana Beatriz Soares da Silva foi uma das atingidas pela inundação e precisou se abrigar em um dos alojamentos públicos. ''O rio começou a encher, mas a gente não ligou porque eu não moro às margens, a rua ficava um pouco mais distante – umas três ruas. Porém quando chegou à minha rua já não dava para salvar nada, foi muito rápido. Só consegui salvar dois colchões dos meus filhos'', conta acrescentando que outras pessoas da sua família foram atingidas. “Estou nesse abrigo com meu esposo e meus três filhos, na nossa sala estão cinco famílias, amigos e vizinhos’’.
A assistente social Laura de Lurdes também é uma das vítimas. Ela conta que estava trabalhando justamente na força-tarefa quando recebeu a ligação de que sua casa tinha sido invadida pela água. ''Eu estava abrigando as pessoas quando recebi a ligação. Então, foi correria para conseguir pessoas e subir o que dava para a casa do meu irmão. Salvamos algumas coisas, mas alguns móveis foram perdidos. Moro na casa há 30 anos e nunca aconteceu'', disse comentando que agora está abrigada na casa do irmão com a mãe e a filha.
ALOJAMENTOS E DOAÇÕES
Na cidade, escolas estão sendo utilizadas como abrigo. A Escola Municipal Mário Soares Palmeira, a Escola Municipal Esther Soares Torres e a Escola Municipal Luzinete e Lindinalva Jatobá são locais para abrigar as famílias. Além disso, servem como locais de doação de alimentos, água e cobertores para serem doados aos desabrigados.
"Os moradores e empresários do município, além das igrejas tanto católica como evangélicas estão colaborando bastante, são muitas doações chegando, mas o número de pessoas também só aumenta. Temos uma equipe multidisciplinar dando o suporte. Só aqui na Escola Mário Soares Palmeira são 30 famílias somando 122 pessoas'', conta a coordenadora administrativa do Centro de Referência a Social (Cras), Ângela Kátia Barros de Souza.
A coordenadora do Cras disse que no momento o que mais falta são colchões para os desabrigados e desalojados. “No momento a maior necessidade são colchões, pois todos que tinham nas lojas da cidade já foram comprados pela prefeitura’’, disse.
Populares contam que nunca tinham visto algo assim, ''muita água, várias ruas inundadas''. A reportagem do Tribuna Hoje mostra em imagens áreas como ficou a situação no município.
EQUIPAMENTOS
Também foram adquiridos novos barcos para realizar os socorros, além de caminhões cedidos pelas empresas de Bebidas do Prefeito George Clemente.
A Defesa Civil de Alagoas recomenda que moradores de áreas de risco busquem abrigos seguros e que ao menor sinal de risco acionem o órgão ou o corpo de Bombeiros, através dos telefones 199 e 193.
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