O Grupamento Aéreo do Corpo de Bombeiros e a Capitania dos Portos de Alagoas continuam efetuando buscas para localizar três pescadores desparecidos desde a última quarta-feira (18), quando caíram de uma embarcação em alto mar. O acidente aconteceu por volta das 20 horas, conforme o relato de Ubirajara Silva dos Santos, que sobreviveu ao acidente e foi encontrado na quinta-feira (19), em Jequiá da Praia, no litoral sul alagoano.

Enquanto a Capitania dos Portos usa embarcações, o Grupamento Aéreo do Corpo de Bombeiros sobrevoa a área que vai da Praia do Sobral e se estende até cerca de quinze quilômetros em direção ao alto mar da região, em busca dos pescadores que continuam desaparecidos.

Segundo Ubirajara, o acidente aconteceu após a embarcação ocupada por ele e mais três pescadores ser atingida, talvez, por uma forte onda. O pescador não soube precisar realmente, o que atingiu a embarcação e jogou os homens ao mar.

Segundo o assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros, cabo Bruno Perciano, as equipes de resgate permanecem com esperanças em encontrar os outros três pescadores com vida. No entanto, ele reconhece que quanto mais tempo passa, a situação fica mais difícil. “As chances de sobrevir diminuem à medida que o tempo passa, mas estamos direcionando toda a nossa energia para que tenhamos resultado satisfatório”, afirmou.

Segundo o cabo, as chuvas ocorridas nas últimas horas, e a previsão do mau tempo continuar, por todo fim de semana dificultam as buscas pelos pescadores. “Devido ao mau tempo, as equipes precisam interromper os trabalhos a espera de tempo melhor para retornar”, ressaltou Perciano.

O cabo disse também, que uma equipe do Corpo de Bombeiros esteve em Jequiá da Praia, onde o pescador Ubirajara foi encontrado, orientando aos pescadores da localidade para não entrar no mar e fazer buscas. “Nessa época do ano, devido à oscilação do tempo podem ocorrer esses naufrágios, pelo tempo e também por fatores como pane elétrica ou danos na embarcação”, afirmou Perciano.

Sobrevivente

O pescador Ubirajara relatou como sobreviveu ao acidente, e o que lhe encorajou a sair da situação. “Foi muito difícil. O frio era grande, e a sede e a fome, ainda pior. A gente molha a garganta com água do mar, e mesmo colocando para fora, o sal fica na língua. Meus olhos e minha língua pareciam que tinham pimenta”, disse Ubirajara.

Ele falou ainda que adotou algumas estratégias para sobreviver. “Passava o dia boiando, para que o sol me aquecesse. À noite, mergulhava e nadava para me manter aquecido”, disse o pescador.

No entanto, Ubirajara afirmou que pensar na família foi o que mais o motivou para continuar lutando pela vida. “A gente pensa em muita coisa, mas o que nos faz continuar lutando é a família que a gente tem em casa”, ressaltou o pescador.

Os outros pescadores

Como Ubirajara, os três pescadores que continuam desaparecidos são todos de Maceió. Ubirajara disse ainda, que a última vez que viu os companheiros de pesca, eles estavam boiando com a ajuda da embarcação virada e que um deles não sabe nadar.

A Capitania dos Portos de Alagoas, disse por meio de nota, que continua efetuando buscas no litoral sul alagoano com o objetivo de localizar os três pescadores desaparecidos.