Interior

Iteral dialoga com agricultores e auxilia no desbloqueio da rodovia AL-101 Sul

Trabalhadores rurais do FNL fizeram uma manifestação em defesa da desapropriação de terras da Massa Falida do Grupo João Lyra

Por Texto: Helciane Angélica Santos Pereira com Ascom Iteral 15/12/2021 19h09
Iteral dialoga com agricultores e auxilia no desbloqueio da rodovia AL-101 Sul
Reprodução - Foto: Assessoria
Nesta quarta-feira (15/12), o Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) atuou juntamente com o Centro de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar no diálogo com trabalhadores rurais integrantes da Frente Nacional de Lutas (FNL). Eles bloquearam um trecho da AL 101 Sul, nas imediações da antiga Usina Guaxuma, no município de Coruripe. O coordenador estadual do movimento social, Marcos Antônio da Silva, conhecido por Marrom, citou que a ação serviu para sensibilizar sobre a situação da desapropriação de terras das usinas Laginha e Guaxuma para fins da reforma agrária. “A preocupação do movimento é que a partir da próxima sexta-feira a Justiça entra em recesso e férias, e só retorna no ano que vem, e o movimento está se sentindo ameaçado com os boatos de ordens de despejo, que a gente não sabe se é para os movimentos ou os grupos que especulam as terras dessa região. O que nós queremos é que o Iteral ajude a articular uma reunião com o Governo do Estado e o Tribunal de Justiça ainda neste ano”, destacou. O diretor-presidente do Iteral, Jaime Silva, esteve no local e explicou aos manifestantes que a constante troca de administradores da massa falida do Grupo João Lyra tem prejudicado a tramitação do processo. Porém, o Governo de Alagoas mantém o posicionamento de continuar negociando e garantir a aquisição das terras para o assentamento de famílias em troca da quitação das dívidas, pois, esse foi o compromisso firmado junto ao Tribunal de Justiça (TJ). “A negociação é muito lenta, mas o que a gente quer é que os administradores da Massa Falida sentem com o Governador e o Iteral para agilizar esse processo. A preocupação dos movimentos, também, é a minha preocupação de terminar o Governo Renan Filho e a gente não conseguir assentar essas famílias. Ele já determinou que o débito que a massa falida tem com o Estado seja transformado em terra e entregue aos movimentos sociais. E qualquer que seja a negociação do Grupo João Lyra para a usina voltar a moer ou arrendar, primeiro, tem que pagar o Estado e também os trabalhadores”, citou Jaime Silva. Segundo o capitão Thiago, do Centro de Gerenciamento de Crises, Direitos Humanos e Polícia Comunitária (CGCDHPC) da Polícia Militar, a manifestação foi pacífica e o trânsito ficou obstruído em meia pista, sendo controlado pelo Batalhão de Polícia Rodoviário (BPRv) e apoio de policiais do Comando de Policiamento do Interior supervisionado pelo comandante interno, o Tenente Coronel Azevedo. “Desde as primeiras horas da manhã nos deparamos com a manifestação e conversamos com a liderança do movimento, que pedia providências sobre a locação definitiva de trabalhadores rurais nas terras das usinas. Então, acionamos o Iteral e o diretor presidente prontamente nos atendeu apesar de ter outra programação, no sentido de ouvir o anseio dessa população. Desde o início, o protesto foi tranquilo e ordeiro, que causou naturalmente um transtorno para as pessoas que desavisadamente passavam por essa rodovia. Mas, como sempre, utilizamos no nosso trabalho o diálogo, a conversação, mediação e a negociação; e com o passar das horas conseguimos em acordo com os trabalhadores para que o fluxo voltasse a normalidade de maneira segura. Também conversamos com o representante da Massa Falida, o Sr. Igor Telino, que não apresentou obstáculos em dialogar e se colocou a disposição para participar de uma reunião e essa situação seja resolvida o mais rápido possível”, destacou o oficial. Participaram da manifestação agricultores dos acampamentos Sapel (Coruripe), Rua Nova (Jequiá da Praia), São José (Junqueiro), Padre Cícero (Teotônio Vilela); Açucena e Irmã Doroty (União dos Palmares); Caipe, Santa Tereza e Sapucaia (Branquinha). Atualmente, no entorno da área da usina Guaxuma são mais de 2.000 famílias camponesas distribuídas em doze acampamentos rurais.