Interior

Sem contatos há 7 meses, esposas de reeducandos cobram visitas no Presídio do Agreste

Reuniões com OAB e Defensoria Pública não resolveram impasse até agora

Por Davi Salsa Sucursal Arapiraca 20/11/2020 15h12
Sem contatos há 7 meses, esposas de reeducandos cobram visitas no Presídio do Agreste
Reprodução - Foto: Assessoria
As esposas dos reeducandos do Presídio do Agreste, localizado entre os municípios de Girau do Ponciano e Craíbas, voltam a cobrar da direção e das autoridades públicas pela retomada das visitas aos maridos que cumprem penas no estabelecimento. As companheiras e familiares estão há mais de sete meses sem contatos diretos com os reeducandos, por conta da pandemia da Covid-19. Em setembro deste ano, a pedido das esposas dos apenados, uma comissão formada por integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Defensoria Pública manteve uma reunião com representantes da direção do Presídio do Agreste, para tratar da mudança gradativa dos protocolos e retomada das visitas. Na ocasião, um ofício foi encaminhado à Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), propondo uma estratégia alternativa para o retorno das visitas ao estabelecimento prisional. A direção da penitenciária e a Secretaria de Ressocialização alegam questões de segurança devido à pandemia da Covid-19. Contudo, passados dois meses da reunião, nenhuma mudança do protocolo ocorreu, aumentando ainda mais a angústia das companheiras e familiares dos apenados. “Tivemos várias reuniões, e numa delas fomos ouvidas pelo coronel Marcos Sérgio, que marcou mais um encontro no presídio. Ele não compareceu e mandou ao local os senhores Marciano e Milton afirmando que o governador em uma live anunciaria que as visitas voltariam no final de outubro e, no máximo, até quinze de novembro estariam liberando o calendário aos visitantes”, relata uma das representantes das esposas dos reeducandos. A mulher acrescenta que aguardaram até o dia 16 de novembro, e, de acordo com ela,  mais uma vez o calendário não foi cumprido. “Nós, familiares dos reeducandos, queremos o que é nosso direito por lei. Eles querem melhorias e nós queremos visitas, pois já se passaram meses e não dias. Não queremos mais reuniões. Somos seres humanos, mães, pais, filhos e esposas que não aguentam mais esperar. Não se trata mais de pandemia e sim de questões internas entre agentes e autoridades, mas não temos nada a ver com isso”, enfatizou. Além da OAB e Defensoria Pública, deputado federal Paulão (PT) e pelo ex-reitor da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), professor Clébio Correia, estão acompanhando de perto a situação e devem solicitar um novo encontro com a direção do presídio para resolver o impasse.