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Câmara e Prefeitura da Barra de Santo Antônio são contra a privatização da Casal

‘Entramos com uma ação coletiva e iremos até o fim’, avisou Flávio Mosquito, atual presidente da Câmara de Vereadores da Barra de Santo Antônio

Por Ana Paula Omena com Tribuna Hoje 01/10/2020 16h41
Câmara e Prefeitura da Barra de Santo Antônio são contra a privatização da Casal
Reprodução - Foto: Assessoria
A Câmara Municipal da Barra de Santo Antônio por meio do seu atual presidente, Flávio ‘Muskito’, e a prefeita da cidade, Emanuela Moura, entraram com uma ação coletiva contra a privatização da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), vendida em leilão por R$ 2 bilhões nesta quarta-feira (30), para uma empresa canadense que terá a universalização de água até 2026. Segundo Flávio, a população da Barra será uma das grandes prejudicadas com essa privatização. “Somos totalmente contra o sistema privado dos serviços de saneamento e esgoto da cidade. A deputada estadual Cibele Moura também está junta, nos apoiando contra esse desmando”, frisou. [caption id="attachment_402826" align="aligncenter" width="637"] Flávio Muskito (Foto: Divulgação)[/caption] A empresa que venceu o leilão, BRK Ambiental, vai distribuir água e a coleta de esgoto para 1,5 milhão de habitantes em 13 cidades da grande Maceió, Barra de Santo Antônio, Barra de São Miguel, Coqueiro Seco, Marechal Deodoro, Messias, Murici, Paripueira, Pilar, Rio Largo, Santa Luzia do Norte e Satuba. [caption id="attachment_402823" align="aligncenter" width="1200"] Foto Edilson Omena[/caption] Para a presidente do Sindicato dos Urbanitários, Dafne Orion, o momento é de grandes incertezas no país, e que se agravou ainda mais com a pandemia. “O patrimônio público vem sendo dilapidado nos últimos quatro anos. Congelamento em verbas para saúde e educação. A decisão de entregar o saneamento do país para a iniciativa privada ameaça algo que é essencial para todos que é o acesso à água”, salientou. [caption id="attachment_402822" align="aligncenter" width="1200"] Foto Edilson Omena[/caption] “Transformar a água em fonte de lucro na bolsa de valores é um atentado contra um direito fundamental, que é a vida. Sabemos que os argumentos de falta de recursos de investimento do estado também são reais, mas nós estamos todos assustados com a velocidade com que os serviços essenciais para a população estão sendo transformados em mercadoria. Isso significa que o acesso à água vai se tornar mais caro. A Casal deve ser uma empresa, sobretudo com um papel social e não uma fonte de lucro”, destacou a sindicalista. Ainda segundo Dafne Orion, a população mais carente depende dessa função social da empresa para ter o acesso à água e saneamento garantidos; e com todas as dificuldades a Casal conseguiu na região metropolitana, “que foi a régia leiloada, atingir 90% de rede de distribuição de água encanada, sem excluir as zonas rurais ainda existentes na região”. A presidente do SindUrbanitários frisou também que o que novo modelo prevê é que comunidades com menos de mil habitantes não serão responsabilidade da empresa que venceu o leilão. “Por isso devemos seguir ainda mais vigilantes no acompanhamento desse contrato”, completou. Paulo Guilherme - Foto: Divulgação Paulo Guilherme, procurador da Câmara Municipal da Barra de Santo Antônio, explicou que jamais o governo do estado de Alagoas poderia decidir sobre algo de competência exclusiva do governo Municipal que é o saneamento básico da cidade. Outra questão levantada por Paulo Guilherme diz respeito à colocação da Barra de Santo Antônio como região extensiva de Maceió, porém, segundo ele, o município da Barra de Santo Antônio não tem qualquer ligação com sistema de tratamento de esgoto de Maceió. "Diferente de outros estados, como Rio de Janeiro, onde foi feito a mesma coisa, só que lá se interligava com a capital e demais cidades da região metropolitana". [caption id="attachment_402905" align="aligncenter" width="600"] Grupo foi recebido pelo governador de Alagoas em exercício, desembargador Tutmés Airan (Foto: Divulgação)[/caption]