Interior

Arapiraca tem a pior geração de empregos da história

Município registrou a criação apenas de 585 novos postos de trabalho, segundo dados apresentados pelo Caged

Por Davi Salsa – Sucursal Arapiraca com Tribuna Independente 15/02/2020 09h47
Arapiraca tem a pior geração de empregos da história
Reprodução - Foto: Assessoria
Há dez anos, Arapiraca, segunda maior cidade de Alagoas, localizada na região Agreste, figurava entre os principais municípios do Nordeste na lista das localidades consideradas as “Metrópoles do Futuro”. O feito foi destacado, à época, pela revista Veja, cuja reportagem enalteceu o crescimento alcançado pela “Capital do Agreste”, nas áreas econômica e social. A publicação traçou um panorama de como as cidades localizadas no interior do Brasil estavam se tornando metrópoles. A reportagem da revista reforçou o que a extinta Gazeta Mercantil e o Instituto Florenzano Marketing já haviam descoberto dois anos antes, com a colocação de Arapiraca entre os 33 municípios mais dinâmicos do Brasil. Considerada a “Locomotiva do Desenvolvimento”, a cidade, porém, vem registrando, nos últimos três anos, o pior desempenho na geração de empregos, em comparação com os anos de 2014, 2015 e 2016. Os dados mais atualizados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão vinculado ao Ministério do Trabalho, mostram que Arapiraca teve o seu pior desempenho na história. Em 2019, a cidade contabilizou saldo de apenas 200 novos postos de trabalho, incluindo já as contratações e demissões. Em Alagoas, ficou atrás de municípios como Colônia Leopoldina, que gerou 251 empregos; Marechal Deodoro com 213 novos postos de trabalho; Maragogi com 204; Junqueiro com 323 novos empregos; Rio Largo com 651 e São Miguel dos Campos, que gerou 1.125 novos postos de trabalho em 2019. Maceió teve indicador negativo porque o número de demissões foi maior que o de contratações, e aparece com saldo de menos 186 vagas no mercado de trabalho. Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados também mostram que, no ano anterior, em 2018, Arapiraca gerou 579 empregos, e, em 2017, o índice foi negativo com 194 postos de trabalhos a menos na cidade. Somados os três últimos anos, a cidade ganhou apenas 585 novos empregos. Para ter uma ideia da decadência no mercado de trabalho na segunda maior cidade de Alagoas, ainda de acordo com os dados do Caged, entre os anos de 2014 e 2016, Arapiraca gerou 3.181novos postos de trabalho, sendo 1.083 novas vagas em 2014; 2.080 em 2015 e o saldo de 18 novas vagas em 2016. Essa tendência negativa dá sinais de como será o ano de 2020. No início deste mês de fevereiro, a fábrica da Coca-Cola confirmou em nota que a unidade localizada no Distrito Industrial de Arapiraca terá a sua linha de produção de refrigerantes desativada. A decisão foi anunciada para os funcionários e mais 25 postos de trabalho foram extintos no município. Em nota enviada à imprensa, a direção da empresa revelou a produção será feita em Maceió, mas o setor comercial e o departamento de logística continuarão funcionando no distrito industrial de Arapiraca. Juntos, os dois setores irão manter 250 trabalhadores ainda em atividades.