Interior

As belezas de Olho d’Água do Casado

Município é terceira atração pelo roteiro Caminhos do São Francisco e tem um mundo de surpresas e possibilidades turísticas

Por Claudio Bulgarelli - Sucursal Litoral Norte com Tribuna Independente 26/10/2019 10h58
As belezas de Olho d’Água do Casado
Reprodução - Foto: Assessoria
A região do Baixo São Francisco em Alagoas é um mundo de surpresas e de atrações turísticas de tirar o fôlego de qualquer um. Além das belezas do Rio São Francisco e suas praias de água doce; seus cânions, conhecidos no mundo inteiro e cenários de filmes e novelas; suas belas cidades como Piranhas e Penedo; suas cavernas; a vegetação da caatinga e suas pinturas rupestres. Nesse universo uma cidade vem se destacando. Olho d’Água do Casado, que após entrar no Mapa do Turismo Brasileiro do MTur, vem se consolidando no turismo de Alagoas. A cidade é uma mistura perfeita para agradar tantos os que procuram um pouco de relax e tranquilidade, quanto quem quer um pouco de agito, sobretudo aquele de aventura. O Rio São Francisco foi generoso com a região do sertão nordestino, foi generoso com Alagoas e bastante generoso com o território desse município distante pouco mais de 270 km de Maceió. Aqui a beleza natural foi singular, mas o homem tratou de dar uma forcinha, modificando-a para melhor. E graças a essa generosidade do Velho Chico e a singularidade do homem em potencializar as belezas, criar infraestrutura e interagir com a paisagem, a região do cânion do São Francisco, vem se configurando como um dos principais produtos turísticos de Alagoas e fonte de inesgotável  poder de encantamento para quem o visita. O roteiro pelo cânion do São Francisco, partindo da praia da Dulce, em Olho d’Água do Casado, com passagem pelo Vale dos Mestres e parada tradicional no Paraíso do Talhado é um dos portais de embarque para se conhecer a região do Velho Chico, seus afluentes e prainhas. A praia da Dulce fica localizada a pouco mais de 2 km de estrada de piçarra do centro da cidade. Chegando lá, o primeiro contato da prainha se tem de cima, de um barranco de areia escura em meio ao bioma de caatinga. Pinturas rupestres datam de mais de 3 mil anos Mas o município não é somente os cânions do Velho Chico. A 16 km do centro a vegetação da caatinga revelou um patrimônio histórico e cultural conhecido, na linguagem popular dos sertanejos mais velhos, como “letreiro do caboclo brabo”, que na verdade são as pinturas rupestres, ou desenhos pré-históricos inéditos em sítios arqueológicos, localizados do assentamento Nova Esperança, na região do Purdinho, zona rural da cidade. As imagens descobertas em 2016, em três pontos sugerem figuras de homens e animais, além de formatos geométricos, sempre em fendas de formações rochosas do tipo arenito. Ao lado delas, pequenas cavações no chão, como se fossem pilões para amassar sementes, inclusive de ocre, que, junto ao óxido de ferro e gordura animal, serviam de tinta para as pinturas rupestres. Ranhuras na parede das fendas também formavam os desenhos. Segundo a arqueóloga Rute Barbosa, do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que esteve no local na época da descoberta, não é possível definir á quanto tempo às pinturas foram feitas. “Sabemos que se trata de sítios arqueológicos relacionados a povos que habitaram o baixo São Francisco na pré-história, mas não temos o período exato”. A arqueóloga conta que descobertas já realizadas garantem a presença de comunidades há pelo menos 3.500 anos na região. Ao todo, o Instituto já possui mais de 300 sítios arqueológicos na região do Baixo São Francisco. Duas empresas fazem passeio em embarcações Há duas empresas que fazem o passeio partindo da praia em embarcações tipo catamarã: a MFTur, com o catamarã Luiz Gonzaga e a Castanho, catamarã Menestrel das Alagoas. Os preços praticados pelas duas empresas são parecidos, a depender da embarcação e do sistema de receptivo, ou seja, com almoço ou sem almoço, e qual o roteiro. Criança até 6 anos não paga. Mas é bom consultar com antecedência o horário de saída, a depender da demanda, os horários são modificados. A duração do passeio dura, em média, 3h30 à 5h, com paradas para banho e almoço. Já passeio de lancha comporta até 7 pessoas. Quem quiser ir somente até o Vale dos Mestres, região de piscinas naturais, é preciso fazer reserva com antecedência. O Vale dos Mestres é um local de completo fascínio para quem gosta também do contato com a natureza com uma pitada de misticismo. A localidade também atrai aventureiros que chegam até lá através de trilhas. Consulte um agente de viagem para saber qual o melhor roteiro para desbravar esse atrativo. Para quem vem de fora, desembarcando em Aracaju ou Maceió e quer desbravar os passeios partindo da praia da Dulce, a dica é pernoitar na região do complexo do cânion, onde há inúmeros tipos de hospedagem, desde hotéis, hostel, pousadas e casas para alugar nos municípios de Canindé do São Francisco (SE), Piranhas (AL) e Delmiro Gouveia. Há também pousadas na zona rural de Olho d’Água do Casado.