Interior

Água Branca no roteiro do São Francisco

Cidade é opção turística durante a Primavera com ótimas opções para trilhas, cachoeira, arquitetura e outras atrações

Por Tribuna Independente 21/09/2019 09h37
Água Branca no roteiro do São Francisco
Reprodução - Foto: Assessoria
Chegou a Primavera e as cidades turísticas do Sertão de Alagoas são ótimas para aqueles apaixonados em busca de aventuras, cultura, tradição e que queiram fugir do Verão extremamente quente dos próximos meses. Então nossa dica é o município de Água Branca, que nesse início de Primavera mantém uma temperatura super agradável para, sobretudo, os apaixonados por trilhas. Distante 310 km de Maceió, possui festival de inverno e outras atrações, como a sua arquitetura. Mas para quem gosta de trilhas Água Branca não deixa a desejar, pois tem diversas, entre elas a trilha da Cachoeira do Vai e Vem. Um percurso de mais ou menos uma hora, sempre com lindas paisagens como plano de fundo. Porém é preciso companhia locais ou de um guia para fazer a trilha, pois ela não esta sinalizada. Arquitetura Localizada no Sertão alagoano, a cidade é guardiã de um dos conjuntos arquitetônicos mais formidáveis de Alagoas. São belas as igrejas datadas do século XIX. E destacando-se na paisagem urbana tem a casa que pertenceu ao Barão de Água Branca. Por lá tem também a Cachoeira Vai e Vem, que fica ativa durante os meses de junho a agosto. As visitações são somente as sextas, sábados e domingos e as trilhas são feitas com uma equipe de guias locais. Os casarões se concentram no centro da cidade, em volta da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, considerada uma das mais bonitas e imponentes de Alagoas. No seu interior existem pinturas lindíssimas, realizadas por artistas portugueses trazidos pelo Barão de Água Branca. À noite o centro histórico oferece opções de lazer como barzinhos, onde se pode saborear um tradicional pastel e comer carne de bode assada, além de tomar chope de vinho. Depois de um banho de história visitando os casarões históricos do centro da cidade, que tal subir a serra e curtir o visual da região. Lá no alto, a 730 metros de altitude se chega ao mirante onde se encontra a Tia Dora em seu quiosque. Um ponto de parada obrigatória para quem deseja passar o final de tarde, tomando licores dos mais variados sabores, começando pelo de rosas vermelhas. Assim a cidade vem se revelando como um roteiro de viagem para visitantes de Alagoas, Pernambuco e Bahia. Para se chegar vá pela Rodovia AL 220 e 145 e depois pelas BRs 316 e 423, que dão acesso a Água Branca. A cidade fica próxima de Paulo Afonso, na Bahia e Delmiro Gouveia e faz parte do roteiro turístico chamado “Caminhos do São Francisco”. Engenho São Lourenço também produz rapadura Quando o produtor rural Maurício Brandão era criança ajudava o avô a fazer rapadura no Sertão de Alagoas. Na época havia muitos engenhos em toda a região. Atualmente o São Lourenço é um dos últimos que ainda produz o melaço, o açúcar mascavo e a famosa rapadura. Em Água Branca, a cerca de 300 quilômetros de Maceió, o Engenho São Lourenço funciona a todo vapor de setembro a abril, período da safra da cana. É dessa cana que se produz o mel de engenho, ou melaço de cana, açúcar mascavo, alfenim e a rapadura. Mas o engenho se adaptou as exigências da modernidade. Seus produtos ganharam as prateleiras para a venda direta ao público, a sala da grande casa se transformou em restaurante com deliciosas comidas regionais e as visitas de turistas se tornaram quase que cotidianas. Por se encontrar a poucos quilômetros do centro da cidade, o engenho recebe turistas, sobretudo, de Alagoas, Pernambuco e da Bahia. E apesar dessa recente modernidade, mantém viva a tradição de um engenho de antigamente. A temperatura amena e a alta umidade do município, combinadas à fertilidade do solo, fizeram da região uma das mais propícias para o cultivo de cana-de-açúcar de Alagoas. E pela qualidade da cana que o engenho produz produtos também de extrema qualidade. A rapadura é um dos mais procurados. O bagaço é usado no fogo para aquecer as caldeiras e ferver o caldo. Enquanto o doce ferve em tachos enormes, funcionários retiram a espuma com as impurezas da superfície. Horas depois, se verifica o ponto da rapadura. No ponto correto, espesso, esse melaço é resfriado e, por fim, colocado em formas para solidificar. Já o melaço é retirado dos tachos ainda cedo no processo. E o açúcar é o último. O açúcar na verdade são os cristais formados pela sacarose. E o alfenim é feito como se fosse uma bala de coco: a massa é esticada até ficar esbranquiçada.