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Revitalização do ecoturismo pode beneficiar Alagoas

Por Sucursal Região Norte com Claudio Bulgarelli 14/09/2019 12h11
Revitalização do ecoturismo pode beneficiar Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
Muitos concordam que Alagoas tem alguns dos melhores destinos para o ecoturismo do Nordeste, que podem ser explorados o ano inteiro. São inúmeras trilhas, cachoeiras, matas, praias, estações de proteção ambientais propícias a caminhadas, observação de espécimes e práticas de esportes radicais na natureza, tanto no litoral, zona da mata, bem como no sertão. Muito além do que as belas praias de Maceió, da Rota Ecológica dos Milagres, de Maragogi, do Francês e do Gunga podem proporcionar, em seus roteiros turísticos estruturados, a proposta eco turística é justamente curtir o que há de diversidade natural e cultural no Estado como um todo. Então destinos como a trilha do Visgueiro, em Maragogi; Serra da Barriga, em União dos Palmares; a cidade lapinha de Piranhas; os surpreendentes cânions do Rio São Francisco, em Delmiro Gouveia; os passeios ecológicos pelas cidades da Rota Ecológica dos Milagres; as falésias de Jacarecica do Sul; as trilhas de Dunas de Marapé, em Jequiá da Praia; as inúmeras opções pela região do Circuito do Frio e Caminhos da Liberdade, além do turismo rupestre na região do sertão, podem se beneficiar e receber investimentos do novo projeto do Instituto Brasileiro de Turismo. É que a Embratur criou na última terça-feira um grupo multidisciplinar para a criação de um programa de revitalização do ecoturismo brasileiro. O objetivo é verificar, junto com a Secretaria de Ecoturismo do Ministério do Meio Ambiente, destinos turísticos de grande potencial do segmento e angariar mais investimentos para os locais ainda pouco divulgados no Brasil. A ideia surgiu durante conversa com o Embaixador do Ecoturismo Brasileiro Richard Rasmussen. E de acordo com o diretor da Embratur, Osvaldo Matos de Melo Júnior, a iniciativa visa fomentar atividades capazes de unir o turismo na natureza ao desenvolvimento sustentável do país. Atualmente, o ecoturismo e o turismo de natureza, que se resume a atividades de lazer em áreas verdes, segundo definição da Organização Mundial de Turismo (OMT), cresce de 15% a 25% ao ano. Em todo o mundo, 10% dos turistas buscam esse tipo de atração e, no Brasil, os dados revelam essa tendência. Entre os turistas que visitaram o país em 2018 a lazer, 16% procuraram pelo ecoturismo, ficando atrás apenas de sol e praia. Segundo Osvaldo Matos, “é preciso fortalecer os destinos turísticos brasileiros ainda pouco conhecidos e apresentarmos no Brasil e no mundo, bem como atrair o olhar de investidores para estes locais”. Rico em biodiversidade, reservas de água doce, com um litoral extenso e florestas preservadas, o Brasil é o país mais competitivo do mundo em recursos naturais, segundo o Fórum Econômico Mundial. Em 2018, ao todo, foram gerados cerca de 80 mil empregos diretos, R$ 2,2 bilhões em renda, outros R$ 3,1 bilhões em valor agregado ao Produto Interno Bruto (PIB) e mais R$ 8,6 bilhões em vendas. Os resultados mostram que, a cada R$ 1 real investido, R$ 7 retornam para a economia. Além das vantagens econômicas, o ecoturismo aproxima as pessoas da natureza e contribui para o aumento da conscientização ambiental. Locais com a prática podem entrar para projeto A Trilha do Visgueiro, em Maragogi, nos leva a um Brasil praticamente desconhecido. Neste passeio você conhecerá uma autêntica casa de taipa feita de barro, pessoas de vida extremamente simples e muitos mistérios da Mata Atlântica. Entrando na trilha você poderá comer frutas tropicais direto do pé, se banhar em cachoeiras de água pura e cristalina e ouvir o canto de pássaros misturados ao barulho do vento nas folhas que, quando caem, formam um tapete natural para a passagem dos visitantes; árvores centenárias, esculturas de cipós e muitas perfeições que poderão ser observadas até chegar no momento ápice do passeio: o Gran Visgueiro, com aproximadamente meio milênio de vida. A Serra da Barriga, em União dos Palmares, berço dos heróis africanos Ganga Zumba, Dandara e Zumbi dos Palmares, onde está localizado o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, tombado pelo Patrimônio Histórico Artístico Nacional, que retrata o maior Quilombo das Américas. Piranhas é uma cidade histórica e cultural, onde tem o passeio na tradicional Canoa de Tolda, herança da colonização holandesa no Nordeste: uma embarcação com uma cobertura de madeira na parte do convés. Você a encontra na parte baixa do Rio São Francisco. Em Piranhas tem ainda o Museu do Sertão, com toda história e cultura do Cangaço. Delmiro Gouveia fica a caminho do Rio São Francisco, o que nos traz paisagens naturais belíssimas, aqui está o cenário perfeito para os esportes de aventura: trilhas, escaladas e psicobloc. A escalada é feita em paredões com vários tipos de dificuldades, sendo que no psicobloc é feita sem equipamentos. Existem paredões com muitos pontos negativos e que dificultam cada vez mais a subida até o topo. Atenção para o Mirante do Talhado, um dos principais destinos para a prática dessas modalidades em Alagoas. Em Porto de Pedras os visitantes podem conhecer o Projeto de Preservação do Peixe-Boi, no encontro do Rio Tatuamunha com o mar. O santuário do peixe-boi marinho permite um contato direto com o mamífero, que está ameaçado de extinção, em sua luta para ser mantido em seu habitat natural. Este passeio é feito de jangada a remo e é restrito a 70 pessoas diariamente com condutores autorizados.