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Serras: do ecoturismo e da aventura ao retiro espiritual

Cenários disponíveis nos municípios de Alagoas servem para esportes radicais e até turismo religioso

Por Texto: Claudio Bulgarelli – Sucursal Região Norte com Tribuna Independente 31/08/2019 10h59
Serras: do ecoturismo e da aventura ao retiro espiritual
Reprodução - Foto: Assessoria
Depois das cachoeiras, que tal conhecer algumas serras alagoanas onde já existe a prática do ecoturismo, do turismo de aventuras e esportes radicais e até lugares que servem de cenário para o turismo religioso? Mais próximas da capital, como as serras de Boca da Mata, Mar Vermelho, União dos Palmares e Viçosa, cidades que já oferecem possibilidades de estrutura de hospedagem ou as mais distantes, como em Pão de Açúcar ou Mata Grane, as serras alagoanas são excelentes opções para um tipo de turismo que está começando a ter cada vez mais adeptos em Alagoas. Serra de Santa Rita em Boca da Mata A serra de Santa Rita, considerada patrimônio natural, revela belezas naturais exuberantes, e é uma das mais belas de Alagoas com seus mais de 300 metros de altura. O lugar é bastante procurado pelo lado espiritual.  Logo após a Quaresma, mais precisamente na sexta-feira santa, essa localidade recebe milhares de visitantes, turistas e pagadores de promessas que sobem a serra a pé para receber qualquer que seja uma graça divina. Subir até o ponto mais alto da serra, influenciado pela tradição popular e pela crença dos habitantes da cidade trará o perdão dos pecados. Serra da Onça em Mata Grande Visto de quase todos os pontos de Mata Grande, um dos principais cartões postais do município é conhecido por, no passado, servir de abrigo para as onças. Lenda ou não, o lugar ficou conhecido como Serra da Onça. Ainda hoje, as histórias sobre o local são repletas de significados populares e crenças religiosas. Todos os anos, durante a Semana Santa, romeiros e curiosos de diferentes regiões do Brasil levam adiante a tradição de subir a serra e procurar o “banguê” – tubérculo agridoce encontrado entre as rochas. A serra também leva o título de ser o ponto mais alto de Alagoas com mais de mil metros de altura, superando a Serra de Santa Cruz. Serras de Quebrangulo A cidade possui muitas serras onde o esporte preferido são as trilhas. As mais importantes são as Guaribas, na parte norte com 882 metros; Chorador com 730 metros, onde nas suas encostas estão as nascentes dos riachos Dobrão e Seco; Cajueiro, com 895 metros, que é a mais alta e dista 20 quilômetros da sede municipal e a Talhada, onde fica a Reserva Biológica de Pedra Talhada, a mais importante atração turística do município. Serra Dois Irmãos em Viçosa Com uma altura de aproximadamente 400 metros é ideal para a prática do ecoturismo, e vive no imaginário de todos os apaixonados pela história de Zumbi dos Palmares, lugar onde, segundo historiadores, Zumbi dos Palmares viveu escondido nos últimos anos de sua vida e onde está localizada a famosa Cachoeira Dois Irmãos. Na Serra da Caiçara foram achados tesouros históricos [caption id="attachment_324261" align="aligncenter" width="600"] Serra da Caiçara abrange cinco municípios do Sertão e tem sítios arqueológicos e paleontológicos protegidos (Foto: Ascom IMA/AL)[/caption] A Serra da Caiçara no Sertão abrange cinco municípios de Alagoas: Maravilha, Canapi, Ouro Branco, Poço das Trincheiras e Santana do Ipanema. Foi transformada em Área de Proteção Ambiental recentemente tendo em vista a presença de sítios arqueológicos e paleontológicos descobertos na região, a proteção de remanescentes de vegetação nativa, sendo estas, refúgio para diversas espécies e áreas serranas vegetadas. A serra possui uma área total de 89.904,32 hectares e aproximadamente 800m de altura. Serra da Barriga em União dos Palmares Faz parte do Planalto da Borborema, e é a mais conhecida serra de Alagoas. Foi para as matas fechadas da serra, que alcança 500 metros de altitude, que milhares de negros escravizados rebelados fugiram durante o período de dominação portuguesa e holandesa. Lá viveram mais de 20 mil pessoas, entre 1597 a 1695. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1986, a Serra da Barriga abrigou o maior quilombo das Américas. O seu reconhecimento como Patrimônio Cultural do Mercosul, em 2017, contribui para o reconhecimento do local como símbolo de luta e resistência dos escravos no Brasil e da referência cultural dos povos afrodescendentes.