Interior

Mutirão da Justiça Itinerante leva cidadania a Branquinha

‘Eu tenho 49 anos, nunca me casei, e hoje é o dia mais feliz da minha vida’, disse José Valter, que já convive com a mulher há 30 anos

Por Assessoria 16/05/2018 17h58
Mutirão da Justiça Itinerante leva cidadania a Branquinha
Reprodução - Foto: Assessoria
Cione Chagas (50) e José Valter dos Santos (49) estão juntos há 30 anos. Mas é hoje, no mutirão da Justiça Itinerante na cidade de Branquinha, que eles vão finalmente se casar, aproveitando o casamento coletivo gratuito proporcionado pelo Judiciário de Alagoas, em parceria com a Prefeitura do Município. “Eu só queria oficializar após eu conhecer bastante. Já vi que ela é uma mulher de verdade. Inclusive eu estou há dois anos e meio parado e ela é quem vem sustentando a casa. A gente chegou à conclusão de que a gente tem que se casar. Eu tenho 49 anos nunca me casei, e hoje é o dia mais feliz da minha vida”, relatou José Valter. Cione concorda que o momento ainda não havia chegado. “Agora Deus tocou no nosso coração e chegou a hora”, diz. O casal é um dos cerca de 50 que estiveram pela manhã na Escola Municipal Demócrito José, nesta quarta-feira (16), para se habilitar para a cerimônia, prevista para 16h. Além do casamento, a ação conta com emissão de CPF e RG, e resolução de processos judiciais cíveis de menor complexidade. Era a oportunidade que Maria Helena da Silva (31) precisava para tirar a segunda via da sua identidade, e a primeira de seus três filhos, Jobson, Carlos e Gustavo. “Sem essa ação seria mais difícil, porque ou tira em União dos Palmares ou em Maceió”, explica. Já Maria das Neves da Silva, de 62 anos, nunca teve sequer o nascimento registrado. Após auxílio prévio da Defensoria Pública, já pôde sair do local com um mandado expedido pelo Judiciário, para ser registrada em um cartório. “Eu trabalhei muito pra os homens das usinas, mas clandestina, não era fichada”, conta Maria, que agora vive em um assentamento. O juiz André Gêda, coordenador da Justiça Itinerante, frisou que a Presidência do Tribunal de Justiça tem dado todo o apoio para a realização desse tipo de evento. “Devem ser beneficiadas de 500 a 800 pessoas. Prestamos um grande trabalho social, na medida em que se leva cidadania à população, e a maioria é de pessoas carentes”.