Interior

Em fiscalização, Ibama fecha mais de 20 restaurantes na orla de Maragogi

Muitos empresários do setor de bares foram pegos de surpresa com a ação

Por Claudio Bulgarelli - Sucursal Litoral Norte com Tribuna Hoje 10/05/2018 17h41
Em fiscalização, Ibama fecha mais de 20 restaurantes na orla de Maragogi
Reprodução - Foto: Assessoria
Dando prosseguimento as ações de fiscalizações que já passaram pela praia do Francês e Barra de São Miguel, uma operação conjunta na manhã dessa sexta-feira, envolvendo fiscais do Ibama Alagoas, com apoio da Polícia Ambiental da Polícia Militar, lacrou 25 restaurantes na orla urbana do segundo polo turístico mais importante de Alagoas. A operação, batizada de APE´KÚ PINDI (areias limpas) foi realizada com o objetivo de dar continuidade das ações de fiscalização nas ocupações irregulares em área da União (terreno de Marinha) e áreas de preservação permanente (APP), que são áreas comuns para uso público. Equipes de fiscalização do Ibama Alagoas, Patrimônio da União Alagoas e Batalhão Ambiental, estão realizando essa operação desde fevereiro. No litoral norte foram realizadas vistorias em 57 empreendimentos (hotéis, pousadas e restaurantes) entre as praias de Japaratinga e Maragogi. Foram realizados levantamentos da situação de sistemas de esgotamento sanitário, posição das edificações com relação à faixa de areia e danos ambientais da atividade. Muitos empresários do setor de bares e restaurantes foram pegos de surpresa com a ação, que foi justificada pelo Ibama, no entanto, diante de notificações expedidas há mais de dois meses para que os empreendedores tivessem regularizadas suas situações através da apresentação da licença ambiental. A operação que começou às 8 horas da manhã, contou com oito fiscais do Ibama e oito militares da Polícia Ambiental, sob o comando do tenente Pedro, que deu todo o apoio à operação deflagrada pelo órgão ambiental federal. O objetivo era cobrar o mérito das notificações, que não cumprido, resultou na lavratura de 25 autos de infração por falta de licença ambiental, com valor de mais de 50 mil reais para cada local e com embargo das atividades. O Ibama alegou que 60 dias atrás todos os empresários que exploram o serviço de bar e restaurantes na orla de Maragogi foram notificados para que buscassem a regularização dos serviços com a obtenção da licença ambiental, que na verdade é um ato administrativo que traz condições, restrições e medidas de controle ambiental. O órgão entende que o ordenamento vai requalificar o ambiente de praia, melhorando a percepção de turistas e aumentando o fluxo do mesmo. Os restaurantes foram lacrados com correntes e foram afixados cartazes do Ibama com a motivação oficial do fechamento. Os empresários agora têm somente 20 dias para que obtenham a licença ambiental junto aos órgãos responsáveis. Muitos empresários, no entanto, já afirmaram que pretendem recorrer à justiça para obter liminares e reabrirem seus negócios. Segundo eles, centenas de famílias dependem do trabalho nos locais. O que se viu durante a manhã e boa parte da tarde em Maragogi foram turistas buscando locais ainda abertos para almoçarem. Muitos ônibus de receptivos, que saem de Maceió todos os dias levando centenas de turistas com direção ao balneário, também tiveram dificuldades de encontrar locais abertos. Muitos passeios para as piscinas naturais também foram cancelados, já que muitos desses restaurantes são responsáveis pelos passeios. Um dos poucos restaurantes que mantiveram as portas abertas e funcionando normalmente foi o Restaurante e Receptivo Frutos do Mar, do empresário Gilberto Laranjeiras, pai da vice-prefeita Isabela Laranjeiras, que prontamente apresentou sua licença ambiental. Frutos do Mar, um dos poucos com licença ambiental, continuou aberto (Foto: Claudio Bulgarelli)