Interior

Litoral Norte de Alagoas possui rios com potencial turístico

Estado é chamado de Paraíso das Águas também por dispor destas belezas

Por Texto: Claudio Bulgarelli - Sucursal Litoral Norte com Tribuna Independente 05/05/2018 14h14
Litoral Norte de Alagoas possui rios com potencial turístico
Reprodução - Foto: Assessoria
Para fazer jus ao apelido de Paraíso das Águas, o Estado de Alagoas tem belas praias: Ponta Verde, Gunga, Coruripe, Carro Quebrado, Toque e Patacho, além de magníficas lagoas: Mundaú, Manguaba e Jequiá. Isso todo mundo sabe. Entretanto, para conhecimento dos alagoanos e dos que a visitam, Alagoas é chamada de Paraíso das Águas também porque tem rios de beleza fascinante. No instigante mapa histórico da colonização, já vimos que, com justiça, os primeiros colonizadores incluíam no mapa de Alagoas as praias, as lagoas e os rios. E o Litoral Norte concentra cinco dos mais importantes rios do Estado, todos com potencial para o desenvolvimento turístico: Santo Antônio, Camaragibe, Tatuamunha, Manguaba e Maragogi. Começamos nossa viagem pelo Rio Santo Antônio, que encravado numa região que até os anos 50 era uma floresta tropical de densa cobertura vegetal, o complexo fluvial é formado pelo Rio Santo Antônio Grande, Camaragibe, Tatuamunha e Manguaba. O Santo Antônio Grande, que é responsável por fazer surgir uma ilha (da Croa) que na verdade é um istmo, faz parte do complexo fluvial que deu origem à cidade de Santo Antônio dos Quatro Rios (atual Porto Calvo). De importância estratégica durante as batalhas de colonização em Alagoas, o Rio Santo Antônio já foi abundante na produção de bagre, camurim, curimã, carapeba e bastante caranguejo. A destruição de mangues e florestas e o despejo sistemático de tiborna, além da falta de saneamento das casas ao longo de suas margens, sobretudo na zona urbana, transformaram esse rico ambiente, tornando-o um pouco pobre. Atualmente, bastante atingido pelo processo de ocupação das terras para o plantio de cana-de-açúcar e de coco, o rio ainda tem seus encantos e conserva um volume de água suficiente para permitir a navegação. A principal atração do Rio Santo Antônio são suas ilhas, que homenageiam os pássaros, mesmo que eles não estejam mais por lá em abundância, como há alguns anos. Às margens vão despontando alguns manguezais, com árvores esbeltas, que atingem grandes alturas. No percurso, entre a sede da cidade, no porto das balsas, até a velha casa de farinha, surgem as ilhas, cobertas de vegetação, muitas flores nativas e algumas variedades de pássaros. Foi pelos muitos pássaros, que certamente habitavam a região no passado, é que todas as ilhas do rio são batizadas com o nome de um deles: Ilha do Maçarico, Ilha do Gavião, Ilha das Garças, do Bem-te-Vi, Ilha do Cocó e tantas outras, que encantam visitantes e turistas, apesar de não existir um serviço regular de visitação. Para conhecer essas ilhas e a antiga casa de farinha, rio acima, é possível contratar canoas ou jangadas de pescadores ou jangadeiros que ficam nas proximidades do antigo porto das balsas. Camaragibe está entre os 10 mais importantes O Rio Camaragibe, que nasce nas proximidades de União dos Palmares, passa por Joaquim Gomes, Matriz de Camaragibe e Passo de Camaragibe, antes de desaguar na Praia da Barra de Camaragibe, sendo o primeiro rio da Rota Ecológica, é outro importante do Norte de Alagoas e de grande beleza, com muitos quilômetros de navegação por manguezais, áreas de cana de açúcar e mata nativa. Também não oferece nenhum serviço regular de visitação e para visitar seu interior, pescadores fazem esse tipo de viagem partindo da foz do rio, na Praia da Barra. Em 2010 o rio entrou no noticiário porque a Secretaria Municipal de Agricultura tomou uma importante iniciativa com um projeto ambicioso de plantação de árvores as margens do Camaragibe. O projeto pretendia ter toda a margem do rio coberta de árvores, para preservar a mata ciliar, que são sistemas vegetais essenciais ao equilíbrio ambiental e, portanto, devem representar uma preocupação central para o desenvolvimento rural sustentável. As primeiras mudas foram plantadas e o processo que deveria durar vários anos parou com a mudança da gestão municipal. Inicialmente o projeto ia cobrir toda a área que vai da ponte Fernandes Lima, onde termina á área urbana do Passo, até bem próximo da BR 101.