A família do jovem Claudenir da Silva dos Santos, 25 anos, casado, pai de três filhos, o mais novo com apenas três meses, que trabalhava como informante turístico em São Miguel dos Milagres, mas que foi brutalmente assassinado na última sexta feira na praia do Carro Quebrado, na Barra de Santo Antônio, alvejado com 36 tiros de revólver calibre 38 e espingarda 12 de repetição, procurou a sucursal da Tribuna Independente no Litoral Norte para denunciar o crime e pedir Justiça e aceleração nas investigações.

O apelo foi feito pela mãe do jovem, Maria Helena da Silva, 54 anos, proprietária da barraca da Elma, que fica instalada nas areias da praia do Carro Quebrado, na Ilha da Croa, Barra de Santo Antônio. Para ela, a motivação do crime envolve exatamente a questão da barraca de praia, de onde tira o sustento de toda a sua família e que nos últimos dois meses vinham recebendo muitos turistas enviados por um receptivo, o Restaurante Paradas, de Paripueira, que chegavam em grandes Jipes e passavam boa parte do dia desfrutando das belezas da praia e degustando dos petiscos da barraca.

Maria Helena da Silva é proprietária da Barraca da Elma (Foto: Divulgação)

A barraca simples, de madeira e coberta por palhas de coco, mas muito conhecida, já que dona Helena é muito popular entre turistas e moradores da Ilha da Croa, existe há cinco anos.  Esse "sucesso" , segundo ela, acabou provocando inveja e que resultou, no passado, em uma primeira ameaça de morte ao seu marido. A história continuou na segunda feira da semana passada quando a família foi trabalhar e encontrou todos os bancos de madeiras quebrados. Para Dona Elma era um primeiro aviso. Mas ainda assim no dia seguinte foram trabalhar e encontraram a barraca derrubada.

O filho, Claudenir, que estava em São Miguel dos Milagres, onde trabalhava como informante turístico para algumas barracas na praia de São Miguel voltou para ajudar os pais a erguerem a barraca. Na sexta feira passada trabalharam durante o dia inteiro na empreitada. No final do dia, por volta das 16 horas, na estrada de barro que corta a praia do Carro Quebrado, distante somente 500 metros da barraca, na volta para casa, aconteceu a emboscada. O carro, uma Saveiro, dirigido pelo pai, recebeu os primeiros tiros, quando quatro homens, todos encapuzados, surgiram do meio do coqueiral e começaram a atirar.

O filho, Claudenir, que estava na carroceria da Saveiro, juntamente com um amigo, foi alvejado e caiu. O pai, sem perceber, continuou dirigindo. Alertado, parou o carro a uns 100 metros de distância e voltou. Encontrou o filho já morto e os assassinos longe da cena do crime.  A policia civil foi chamada e chegou ao local uma hora depois com a presença do chefe de serviço Rosivaldo Barbosa. Logo depois chegou uma viatura da Polícia Militar, que fizeram as primeiras diligências. Às nove da noite a perícia chegou a local. O resultado é que no carro existem 13 marcas de tiros. O corpo do jovem Claudenir recebeu dois tiros no peito e mais de 30 tiros pelas costas, o que deixa entender que tentou correr para escapar dos assassinos. 

Marcas de tiros no veículo (Foto: Divulgação)

Agora, a família, que procurou a sucursal da Tribuna Independente, faz um apelo ao governador do Estado, Renan Filho e ao chefe da Polícia Civil, para que dê atenção ao caso, já que até o momento não existe nenhum avanço nas investigações.

Praia de Carro Quebrado (Foto: Divulgação)