A Unidade de Emergência do Agreste, principal referência no atendimento a pacientes com traumas de média e alta complexidades no interior de Alagoas, já atendeu, de janeiro a abril deste ano, 3.774 vítimas de acidentes no trânsito.

Conforme relatório do Núcleo de Processamento de Dados (NPD) da unidade hospitalar, as motocicletas continuam sendo as principais vilãs, uma vez que foram 2.546 atendimentos a vítimas de quedas de motos, com o registro de quatro óbitos.

Os dados mostram que os acidentes com motos representam 75,5% do total de ocorrências registradas no maior hospital de urgência e emergência do interior de Alagoas. Jovens do sexo masculino, com idade produtiva entre 20 e 30 anos, lideram os casos de acidentes, sendo a maior parte por imprudência, desrespeito às leis do trânsito, falta do capacete e consumo de bebidas alcoólicas.

De acordo com o médico ortopedista Luciano Machado, as vítimas chegam à Unidade de Emergência do Agreste com traumatismo craniano, fraturas nas pernas, braços, tórax e quadril.

“Mesmo com toda a atenção médica, muitos pacientes ficam com sequelas que demoram entre quatro e seis meses para a total recuperação. Dependendo do caso, elas ficam para o resto da vida, a exemplo de amputações, infecções crônicas ou perna mais curta”, explicou.

O ortopedista alerta que os pacientes que sofrem acidentes no trânsito por conta de algum tipo de imprudência geram ônus ao Estado. Isso porque, segundo Luciano Machado, as cirurgias são caríssimas, sem contar a manutenção financeira por parte da Previdência Social, que é disponibilizada durante o período de recuperação do paciente, como também o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).

“É preciso ampliar as ações de educação no trânsito e as fiscalizações nas ruas e estradas, além de uma mudança na legislação para punir com mais rigor as pessoas que provocam esses acidentes com qualquer tipo de veículo”, salientou o médico.

A Unidade de Emergência do Agreste, situada em Arapiraca, atende pessoas vindas de 52 municípios do Agreste, Sertão e Baixo São Francisco, além de moradores de cidades dos estados Pernambuco, Sergipe e Bahia.