Interior
Gecoc, SSP e PM fazem operação conjunta em Ouro Branco e Poço das Trincheiras
Alvos são prefeituras e casas dos ex-prefeitos, José Gildo Rodrigues Silva e Atevaldo Cabral Silva
Atualizada às 15h12
Em mais uma ação de combate ao desvio de recursos por meio de fraude na contratação de empresas, o Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) coordena, na manhã desta sexta-feira (20), uma nova operação na região sertaneja.
Dessa vez, os alvos são as Prefeituras dos Municípios de Poço das Trincheiras e de Ouro Branco e as residências dos seus respectivos ex-prefeitos, José Gildo Rodrigues Silva e Atevaldo Cabral Silva.
Ao lado da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) e da Polícia Militar (PM), o Gecoc cumpre 12 mandados de busca e apreensão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, que também presta apoio à ação.
Tal como ocorrera ontem em Pão de Açúcar e Maravilha, o Gecoc busca apreender documentação relacionada a atividades das Secretarias Municipais de Finanças, Administração e Cultura, das Comissões Permanentes de Licitação (CPL) e dos setores de contratos.
Fiscalização em Ouro Branco (Foto: Assessoria / MP-AL)
De acordo com o Gecoc, tal documentação pode comprovar a prática de peculato por parte dos ex-prefeitos e supostos funcionários que tenham contribuído para o dano ao erário durante os anos de 2013 a 2016.
José Gildo Rodrigues Silva e Atevaldo Cabral Silva são suspeitos de comandar esquemas fraudulentos quando estiveram a frente da Administração Municipal no período em destaque.
O Ministério Público estima que as cifras dos prejuízos ao erário cheguem a milhões de reais.
Material apreendido
Na operação, devem ser apreendidos documentos relativos a processos de licitação, dispensa de licitação, contratos e processos de pagamento. Eles tratam da locação de estruturas de palco, som, iluminação, aparelhos de projeção e geradores de energia, além de irregularidades no aluguel de veículos.
Na casa do ex-prefeito de Ouro Branco, Atevaldo Cabral Silva, foram encontrados R$ 35 mil em espécie, numa gaveta do escritório dele. Foram encontrados documentos da Prefeitura Municipal e R$ 12.720 em espécie na residência de José Gildo Rodrigues Silva, ex-prefeito de Poço das Trincheiras.
Os R$ 35 mil encontrados na casa de Atevaldo Cabral foram apreendidos, uma vez que o ex-prefeito não apareceu e desligou o celular. Apenas a esposa dele estava na casa. Ela ainda chegou a avisá-lo por telefone que o Gecoc e a PM estavam em sua residência, mas, mesmo assim, o ex-gestor não se dirigiu ao imóvel. Numa nova tentativa de contato, o celular estava desligado.
Como o filho e o advogado de José Gildo não conseguiram comprovar a origem do dinheiro, o montante foi apreendido junto com alguns documentos. O dinheiro será depositado em conta judicial para ficar à disposição da Justiça.
Todo o material apreendido durante a ação desta sexta-feira servirá para dar continuação as investigações iniciadas pelo Gecoc e pelas Promotorias de Justiça de Poço das Trincheiras e Ouro Branco.
Operação em Poço das Trincheiras (Foto: Assessoria / MP-AL)
Essa é a terceira operação do Gecoc em 2017 que contou com o apoio do novo chefe do MPE/AL, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto. Coube aos promotores de Justiça do grupo estadual pedir os mandados de busca e apreensão junto à 17ª Vara Criminal da Capital.
Participam da operação servidores do Gecoc e da Secretaria Estadual de Segurança Pública e policiais militares do 9º Batalhão, do Pelopes e do Ciopac – Companhia Independente de Operações Policiais em Área de Caatinga.
Tipo penal
Peculato é crime previsto no artigo 312 do Código Penal Brasileiro: “Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de quem tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio”.
Cumprimento dos mandados de busca e apreensão na residência do ex-prefeito de Poço das Trincheiras, José Gildo Rodrigues Silva (Foto: Assessoria / MP-AL)
A pena prevista para essa prática delituosa é de reclusão de dois a 12 anos, e multa.
Dinheiro em espécie encontrado na casa do ex-prefeito de Ouro Branco (Foto: Assessoria / MP-AL)
Documentos e dinheiro encontrados em Poço das Trincheiras (Foto: Assessoria / MP-AL)
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