Esportes
Mirian Monte faz coletiva e confirma renúncia do CSA
“A violência foi demais comigo. Esperei momento certo para sair”, disse a gestora

“Minha filha ligava para mim com crise de pânico, pedindo para que eu fosse para casa”. Essa foi uma das fortes frases e declarações feitas ontem pela agora ex-presidente do CSA Mirian Monte. Ele confirmou a renúncia oficial do clube em uma coletiva para imprensa. Mírian falou por quase duas horas. “Essa semana foi marcada por muitas acusações. É falta grave, passível de apuração e de exclusão dos quadros de sócio, condutas que não sejam pautadas na urbanidade, condutas agressivas, violentas, e há um ano e meio eu sofro diariamente violência de todo tipo. Violência psicológica, violência moral, são ofensas diárias há um ano e meio”, desabafou.
Robson Rodas, atual vice, assume o clube. “Ele me disse que fica. Mas ele terá que tomar essa decisão. Agora exatamente às 17 horas deste dia 2 de setembro eu não sou mais presidente do CSA”, confirmou Mirian.
O CSA vive um momento de reformulação. A gestora falou sobre diversos assuntos e criticou muito a situação dos “bichos”. “O bicho é um mal para o futebol brasileiro. É uma cultura que precisa ser mudada. O departamento de futebol, no entanto, observou essa cultura e procurou fazer um comparativo com outros clubes. Enquanto atletas não correrem pela sua profissão, por sua honra, pelo propósito, a gente vai ter oscilações. E a coisa vai saindo de uma ambição positiva pela ganância. E a ganância não leva ninguém a lugar nenhum. Isso é uma premiação para jogadores. O que os jogadores quiserem fazer com esse dinheiro eles fazem. Se eles quiserem dar pra um rapaz que vende o picolé lá no estádio é problema deles. Se você quiser fazer o que você quiser com esse dinheiro, sacar e fazer uma fogueira, é problema seu, e eles faziam uma avaliação de quem deveria receber, a cozinheira, jardineiro massagista, era uma distribuição se você me perguntar, eu não sabia de nada. Fizemos onde a lei não proíbe, está permitido, e não há nenhuma ilegalidade, desde que tenha sido mera liberalidade dos atletas com quem nós tínhamos convencionado o pagamento”, disse.
As finanças do clube foram confirmadas como positivas, diferente dos boatos espalhados por alguns conselheiros. “Neste exato momento nós estamos aqui com tudo pago. Todas as despesas foram pagas. Nós não fazemos compras a prazo, não fazemos não adquirimos serviços a prazo, é tudo pago à vista. Hoje não existe débito no combustível, está pago alimentação, está pago tudo. Não estamos deixando nada pra frente. Os débitos que começarem a existir de hoje em diante eu não posso responder por eles, mas de hoje pra trás está tudo pago, tudo pago. Nós vamos através da contabilidade, através do fluxo financeiro, e claro evidentemente precisamos ter cuidado muitas vezes com o sigilo a privacidade. Não podemos aqui nesse exato momento chegar e expor pra vocês a folha com o nome do jogador, o que eu posso dar é um valor global. Hoje ficam no clube R$ 848.862,39 na conta. Para o próximo mês temos apenas R$ 35 mil. Temos recursos suficientes para chegar ao fim do ano e montar um time, pois ainda existem várias receitas para entrar”, destacou.
O rebaixamento foi tratado como uma tristeza para Mirian. Mas ela apontou culpados. “O departamento de futebol do clube, identificamos uma queda brusca de rendimento contra o Retrô, isso rapidamente acendeu um alerta. O clube tinha 99% de chance de ficar na série C e 1% de rebaixamento para a Série D. Esse 1%, que foi a banda podre, rebaixou o clube. Esse 1% pode ser pelo desgaste dos jogadores, por ter vislumbrado as copas, pelos reforços que não deram certo. Mas ele também pode ser pelas obscuridades do futebol, e eu não posso deixar de falar disso”, afirmou.
JULGAMENTO
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) marcou para sexta-feira, às 10h, no Rio de Janeiro, o julgamento do pedido de anulação da partida entre Anápolis e Guarani, disputada no dia 21 de julho, pela 13ª rodada da Série C. O processo pode mudar diretamente a configuração do G8 e do Z4 da competição. O Guarani ingressou no Tribunal alegando erro de direito da arbitragem comandada por Marcello Ruda Neves (DF). Segundo o clube, o Anápolis teria atuado por um período com 12 jogadores em campo, algo não permitido pelas regras.
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