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Jerusa Geber é ouro e Lorena Spoladore bronze nos 100 metros T11 em Paris 2024

Velocista conquista primeiro ouro paralímpico da carreira após bater recorde mundial na semifinal; Rayane Soares fatura prata na T13 e Mateus Evangelista leva bronze no salto em distância T37

Por globoesporte 03/09/2024 16h11 - Atualizado em 03/09/2024 17h53
Jerusa Geber é ouro e Lorena Spoladore bronze nos 100 metros T11 em Paris 2024
Acreana Jerusa Geber conquistou o ouro na final dos 100m T11 (deficiência visual) - Foto: Reuters

Jerusa Geber e Lorena Spoladore garantiram uma dobradinha do Brasil nos 100m T11, para atletas com deficiência visual, nas Paralimpíadas de Paris nesta terça-feira. Após bater o recorde mundial da prova na semifinal com 11s80, Jerusa voltou a voar na pista do Stade de France e conquistou o ouro, desta vez com o tempo de 11s83. Lorena fechou a prova em 12s14 para faturar o bronze, atrás da chinesa Cuiqing Liu, que fez 12s04.

- É minha quinta participação em Paralimpíada, e essa é a primeira medalha de ouro. Eu não tenho palavras para expressar a minha felicidade. São muitos anos tentando buscar essa medalha. Demorou um pouquinho, mas saiu - festejou a velocista.

A medalha é a primeira de ouro em Jogos Paralímpicos da velocista de 42 anos, que em 2019 se tornou a primeira atleta cega a correr os 100m abaixo de 12s. Jerusa já tinha no currículo o bronze nos 200m nos em Tóquio 2020, duas pratas, nos 100m e nos 200m, em Londres 2012 e o bronze nos 100m em Pequim 2008. Em campeonatos mundiais, já conquistou três medalhas de ouros nos 100m: em Kobe 2024, Paris 2023 e Dubai 2019. Jerusa nasceu totalmente cega e após algumas cirurgias bem-sucedidas ao longo dos anos voltou a enxergar, mas aos 18 anos perdeu totalmente a visão.

Assim como na semifinal, Jerusa não deu chance às rivais e dominou a prova do início ao fim ao lado do guia Gabriel Garcia, que disputou as Olimpíadas de Paris 2024. Lorena, que já tinha um bronze na mesma prova nos Mundiais de Kobe 2024 e Dubai 2019, também sobe ao pódio pela primeira vez nos 100m em Jogos Paralímpicos ao lado do guia Renato Oliveira, que chegou a sentir uma lesão na coxa no meio da prova mas correu até o fim com a atleta. A paranaense de 29 anos perdeu a visão gradativamente devido a um glaucoma congênito. Aos quatro anos, já tinha 95% da visão comprometida e dois anos mais tarde, ficou totalmente cega.

Rayane Soares conquista prata nos 100m T13

Nos 100m T13, para atletas com deficiência visual, Rayane Soares fez a prova de sua vida para chegar à medalha de prata, sua primeira em Paralimpíadas. A velocista fechou a prova em 11s78, melhor marca de sua carreira e novo recorde das Américas, atrás apenas de Lamiya Valiyeva, do Azerbaijão, que ficou com o ouro estabelecendo o novo recorde mundial da prova, com 11s76 - a marca da brasileira também foi abaixo do antigo recorde, de 11s79. A irlandesa Orla Comerford completou o pódio com 11s94.

Mateus Evangelista é bronze no salto em distância

Bronze nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e prata na Rio 2016, Mateus Evangelista conquistou um lugar no pódio no salto em distância T37 (para atletas com paralisia cerebral) pela terceira vez na carreira nesta terça em Paris. O brasileiro ficou com o bronze com um salto de 6,20m, mesma distância atingida pelo queniano Samson Opiyo, que levou a prata no desempate. O argentino Brian Impellizzeri dominou a prova e conquistou o ouro com um salto de 6,42m.

Atletismo: Mateus Evangelista faz 6,20m na final salto em distância masculino T37

Na abertura da sessão da tarde no Stade de France, pelos 400m T20 (para atletas com deficiência intelectual), a brasileira Antônia Keyla terminou a final em sétimo lugar com 58s34. O ouro ficou com ucraniana Yuliia Shuliar (55s16), a prata foi para a turca Aysel Onder (55s23) e o bronze, para a indiana Deepthi Jeevanji (55s82). Nos 100m T47 (amputados de braço), Maria Clara Augusto chegou na sétima colocação com 12s63. O tempo foi o mesmo obtido pela atleta nas eliminatórias, e o melhor do ano. Nos 400m T20 (deficiência intelectual), Samuel Conceição ficou em quinto lugar com 48s59e Daniel Martins chegou em sétimo, com 48s91.

Yeltsin Jacques conquista o ouro com recorde mundial, e Júlio Agripino o bronze nos 1500m da classe T11

O Brasil já havia conquistado três medalhas na sessão da manhã desta terça em Paris. Ouro em Tóquio 2020, Yeltsin Jacques foi bicampeão nos 1.500m T11 (atletas com deficiência visual) com direito a recorde mundial, com 3m55s82. O etíope Yitayal Silesh Yigzaw ficou com a prata (4m03s21) e Julio Cesar completou a dobradinha brasileira no pódio faturando o bronze com 4m04s03. No lançamento de dardo, Raissa Machado conquistou a medalha de prata na classe F56 (atletas que competem sentados) com a marca de 23,51m.